Clinical, radiological and pathological findings in patients with persistent lung disease following SARS-CoV-2 infection

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 10 dez 2022

Clinical, radiological and pathological findings in patients with persistent lung disease following SARS-CoV-2 infection


Título do Estudo


Clinical, radiological and pathological findings in patients with persistent lung disease following SARS-CoV-2 infection

 

Fonte


Eur Respir J 2022; 60: 2102411. https://doi.org/10.1183/13993003.02411-2021.

 

Desenho do Estudo


Estudo prospectivo, multicêntrico, observacional de 1º de janeiro de 2021 a 31 de março de 2021. Os pacientes elegíveis tinham entre 18 e 80 anos de idade e histórico de diagnóstico molecular de pneumonia relacionada à COVID-19, com recuperação (presença de dois testes negativos consecutivos para SARS-CoV-2 por PCR- RT em tempo real em 24 h associado a melhora/estabilização dos sintomas respiratórios/sistêmicos) há pelo menos 30 dias antes, com envolvimento pulmonar persistente na TCAR > 5% e sem contraindicações para biópsia pulmonar. Os critérios de exclusão foram função pulmonar gravemente comprometida ou hipoxemia em repouso, alto risco de sangramento, hipertensão pulmonar (avaliada por ecocardiografia), comorbidades graves e pacientes que não puderam fornecer consentimento ou que recusaram a biópsia.

 

Objetivos


O objetivo deste estudo foi verificar as características morfológicas e imunomoleculares do tecido pulmonar. Foi realizada criobiópsia pulmonar transbrônquica  em pacientes com sintomas persistentes e tomografia computadorizada (TC) sugestiva de doença pulmonar residual após a recuperação da infecção por SARS-CoV-2.

 

Resultados


164 pacientes foram encaminhados ao ambulatório por suspeita de sequelas pulmonares após COVID-19. Em 141 pacientes, a doença pulmonar parenquimatosa estava ausente ou apresentava <5% de acometimento pulmonar pela TC e 13 pacientes tinham contraindicações para biópsia pulmonar ou não forneceram consentimento para o procedimento; 10 pacientes foram submetidos a criobiópsia pulmonar transbrônquica.

Os padrões histológicos de doença pulmonar encontrados não foram homogêneos e três grupos diferentes puderam ser identificados, levando em consideração características clínicas e radiológicas e classificadas em clusters. O Cluster 1 (“fibrose crônica”) foi caracterizado pela progressão pós-infecção de pneumonias intersticiais pré-existentes. O cluster 2 (“lesão aguda/subaguda”) foi caracterizado por diferentes tipos e graus de lesão pulmonar, variando de pneumonia em organização e pneumonia intersticial inespecífica fibrosante até dano alveolar difuso. O cluster 3 (“alterações vasculares”) foi caracterizado por aumento vascular difuso, dilatação e distorção (capilares e vênulas) dentro do parênquima normal. Os clusters 2 e 3 apresentaram alterações imunofenotípicas semelhantes às observadas nas pneumonias precoces/leves por COVID-19 (expressão anormal de STAT3 em pneumócitos hiperplásicos e PD-L1, IDO e STAT3 em células endoteliais).

 

Limitações


Esse estudo possui muitas limitações. Em primeiro lugar, o número de pacientes incluídos foi muito pequeno e o grupo de pacientes heterogêneo. Em segundo, o tempo curto entre a amostra coletada pela criobiópsia e a infecção aguda pelo COVID-19 pode ser uma questão preocupante porque podem não representar as alterações morfológicas e imunomohistoquímicos tardias do COVID-19. Ainda, dados prévios de TC de tórax e de testes de função pulmonar não estavam disponíveis.

Estudos observacionais longitudinais mais longos e uma amostra maior são de suma importância para elucidar as consequências a longo prazo atribuíveis ao COVID-19.

 

Conclusão


Em resumo, este é o primeiro estudo que mostra uma correlação entre padrões histológicos e imunohistoquímicos com quadros clínicos e radiológicos de pacientes com síndrome pós-COVID. Ele identificou diferentes subtipos ou fenótipos que potencialmente têm diferentes mecanismos patogênicos subjacentes. Os resultados confirmam que é importante uma avaliação multidisciplinar desses pacientes (ao invés de uma avaliação somente de imagem) para identificar os principais subgrupos de pacientes e seu tratamento ideal atual. A doença pulmonar pós-COVID não é uma entidade única, mas inclui diferentes subtipos ou subgrupos, cada um deles potencialmente exigindo tratamento separado e distinto.

 

Profª Márcia Freire

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