SOPTERJ: Glossário T

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Espaço Respirar

Glossário T


Tabagismo

Conceito

Desde 1992 a Organização Mundial da Saúde, na Classificação Internacional de Doenças (CID), catalogou o tabagismo como “uma desordem mental e de comportamento em razão da síndrome da dependência à nicotina”.

Tabagismo é o hábito de fumar adquirido por uma pessoa. Por motivos diversos, a pessoa começa a fumar, mas com o tempo aparece a dependência física à nicotina. Estímulos sociais, culturais e comportamentais também reforçam seu hábito e determinam a dependência psicológica ao tabaco.

A dependência à nicotina é semelhante a outras drogas como cocaína, heroína, morfina etc., constituindo um problema médico que requer um tratamento específico.

Sintomas

A nicotina da fumaça do cigarro vai dos pulmões ao cérebro, pela corrente sanguínea, em aproximadamente 7 segundos.

Após esse tempo, o fumante experimenta os efeitos cerebrais da nicotina, como sensação de prazer, estabilização do humor, melhor concentração, desempenho intelectual etc.

Como a nicotina é rapidamente eliminada do organismo, estes efeitos vão desaparecendo e a pessoa tem a vontade de fumar novamente, ficando assim estabelecida a dependência ao cigarro.

Como parte dos sintomas podemos também apontar os sintomas próprios das doenças relacionadas ao tabagismo, ou seja, produzidas por este hábito, como doenças cardiovasculares, respiratórias, digestivas, câncer pulmonar e outros.

A síndrome de abstinência é uma manifestação da falta de cigarro, que aparece aproximadamente 24 horas após a pessoa ter parado de fumar.

Manifesta-se por uma vontade extrema de fumar, seguida de irritabilidade, frustração, raiva, impaciência, ansiedade, agitação e dificuldade de concentração. Às vezes aparecem tonturas, dor de cabeça, insônia, aumento da fome que leva a um ganho de peso etc.

Estes sintomas duram de uma a duas semanas após a interrupção do cigarro.

Tratamento

Devido às dependências física e psicológica, o abandono do fumo só é possível caso o fumante esteja realmente motivado, e o tratamento deve estar adaptado ao perfil de cada paciente.

Os elementos básicos para que o fumante abandone o hábito são:

• Motivação;
• Suporte para vencer a dependência física à nicotina;
• Apoio para vencer a dependência psicológica.

Além de parar sozinho, são usadas várias formas de tratamento para o abandono do fumo:

Métodos não-medicamentosos:

• Terapia comportamental;
• Aconselhamento e acompanhamento médicos;
• Programas de auto-ajuda e programas em grupos;
• Equipamentos de filtragem do cigarro;

Métodos medicamentosos:

• Reposição da nicotina com chicletes ou adesivos;
• Antidepressivos e Bupropiona;
• Vareniclina.

Testes alérgicos

São exames que permitem determinar quais são os alérgenos (substâncias capazes de produzir alergia) que efetivamente provocam as reações alérgicas no paciente.

Os testes cutâneos são realizados, aplicando os alérgenos mais comuns na pele dos antebraços, mediante escarificação (raspar com um lanceta, objeto pontudo) ou punctura. Após 15 a 20 minutos, aparece uma elevação avermelhada no local de aplicação do alérgeno, quando o paciente tem alergia ao memo.

Os resultados positivos ou negativos devem ser correlacionados com a história clínica do paciente.

Quando realizados por profissional experiente e com alérgenos padronizados, os testes alérgicos são simples, seguros e eficientes. Porém são contra-indicados em pacientes com antecedente de reações alérgicas intensas às substâncias a serem testadas.

Tomografia Computadorizada de Tórax

A tomografia computadorizada (TC) de tórax também se baseia na aquisição de imagens torácicas por meio de raios-X, auxiliada por computador, permitindo assim a obtenção de imagens com maior qualidade e definição.

A TC está indicada para melhor avaliação de imagens visualizadas na radiografia ou para várias outras situações clínicas, como estadiamento de neoplasia pulmonar, avaliação de infecções pleurais ou pulmonares, estudo de doenças pulmonares intersticiais, pesquisa de tromboembolismo pulmonar, alterações aórticas e avaliação de lesões traumáticas.

É preciso comparecer em jejum para a realização do exame, pois pode ser necessário injetar na veia um meio de contraste à base de iodo, para melhor avaliação de algumas condições.

A dose de radiação é muito superior à da radiografia. Uma TC de tórax corresponde, em termos de dose, a cerca de 50-100 radiografias. Por este motivo, o exame deve ser realizado segundo indicação do médico assistente e mulheres devem sempre informar aos médicos caso haja possibilidade de gravidez.

O exame é realizado por profissional capacitado em tomografia computadorizada e posteriormente interpretado por médico com formação em Radiologia.

Toracocentese Diagnóstica

Toracocentese é a punção da cavidade pleural com finalidade diagnóstica.

Derrames pleurais são abordados por toracocentese para estudar o líquido e chegar ao seu diagnóstico.

Permitem avaliar a causa do derrame pleural para o tratamento adequado e programação de outros procedimentos, como a pleurodese.

Toracocentese Terapêutica

Toracocentese terapêutica é a punção da cavidade pleural com finalidade terapêutica.

Grandes derrames que provocam dispnéia podem ser tratados com a toracocentese para retirar o líquido e aliviar a falta de ar, ou seja, com finalidade terapêutica. Permitem avaliar a expansibilidade pulmonar para a programação de outros procedimentos como a pleurodese.

Toracoscopia e toracoscopia videoassistida

Toracoscopia é uma pequena abertura cirúrgica da cavidade torácica realizada para a introdução de um aparelho chamado toracoscópio, que possibilita a visualização do seu interior, inclusive a realização de biópsias com a finalidade diagnóstica, especialmente de doenças da pleura.

A toracoscopia pode também ser utilizada para o tratamento de determinadas doenças da pleura, mediastino ou pulmão.

Toracoscopia videoassistida é o mesmo procedimento da toracoscopia convencional, auxiliado com uma microcâmera que fornece a imagem do interior do tórax no monitor.

Toracotomia (diagnóstica)

Toracotomia é a abertura cirúrgica da cavidade torácica com finalidade diagnóstica.

A indicação diagnóstica da toracotomia tem diminuído muito com o progresso de outros métodos, como broncoscopia, videobroncoscopia, toracoscopia videoassistida, tomografia computadorizada, entre outros, mas ainda existem situações que tornam a toracotomia necessária para explorar a cavidade torácica e os órgãos nela contidos assim como eventualmente realizar biópsias para chegar ao diagnóstico da doença.

O procedimento é realizado sob anestesia geral.

Toracotomia (terapêutica)

Toracotomia é a abertura cirúrgica da cavidade torácica com finalidade terapêutica.

A toracotomia com finalidade terapêutica é realizada com muita freqüência no tratamento de numerosas doenças torácicas, como câncer pulmonar, tumores benignos, malformações pulmonares, traumatismo do tórax e tuberculose.

O procedimento é realizado sob anestesia geral.

Tosse

É um fenômeno-reflexo de defesa do aparelho respiratório, e constitui o mais freqüente e mais importante dos sintomas respiratórios.

A tosse começa com uma inspiração forçada e profunda, seguida da contração súbita dos músculos expiratórios, especialmente do diafragma com a glote (abertura da laringe entre as cordas vocais) fechada, e termina com uma expiração forçada após a sua repentina abertura.

A parte final da tosse – a expiração forçada – é um importante mecanismo expulsivo de substâncias estranhas das vias respiratórias, com a finalidade de mantê-las permeáveis.

A tosse é provocada pelos seguintes estímulos da mucosa das vias respiratórias.

• Mecânicos: corpos estranhos, poeiras, presença de catarro etc.;
• Inflamatórios: laringite, traqueíte, bronquite etc;
• Químicos: gases irritantes;
• Térmicos: frio ou calor excessivos.

Tuberculose

Conceito

A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis e transmitida de pessoa para pessoa. O paciente com tuberculose pulmonar ao falar, tossir, espirrar ou rir, elimina pequenas gotículas de água, chamadas perdigotos, contendo os bacilos da tuberculose, capazes de contagiar quem as inale.

O bacilo da tuberculose produz no pulmão o chamado “complexo primário”, que é a infecção inicial no parênquima pulmonar e nos gânglios linfáticos do pulmão.

Em 95% dos casos, esta lesão primária é controlada pela própria resistência da pessoa.

Meses depois aparecerão sintomas próprios da chamada tuberculose “pós-primária”, que se manifesta dos seguintes modos:

• Doença pulmonar: geralmente nos ápices dos pulmões, podendo formar cavidades. Constitui a maioria dos casos;
• Derrame pleural: pela formação de líquido na cavidade pleural;
• Pneumonia: pela contaminação de um lobo ou segmento pulmonar;
• Miliar: conseqüência da disseminação por meio do sangue, comprometendo os pulmões de maneira difusa;
• Tuberculoma: apresenta um formato de tumor ou nódulo no parênquima pulmonar.

Sintomas

As manifestações clínicas são as mais variadas. Alguns pacientes não apresentam sintomas e a doença é diagnosticada por acaso, por exemplo, por meio de exames admissionais para trabalho.

Outros apresentam sintomas que podem ser agrupados da seguinte forma:

• Sintomas locais: tosse, expectoração com pus, hemoptise, dispnéia e dor torácica.
• Sintomas gerais: cansaço, perda do apetite, emagrecimento, febre (geralmente vespertina), sudorese noturna etc.

A evolução destes sintomas costuma se arrastar durante semanas ou meses, e com freqüência podemos conseguir informação sobre o contágio, ou seja, sobre a existência de outros pacientes com tuberculose no meio familiar, escolar, ou de trabalho.

Tratamento

Existem antibióticos efetivos contra o Mycobacterium tuberculosis que, ao serem tomados de forma regular, controlam rapidamente a doença, diminuem drasticamente a mortalidade, reduzem o período de transmissibilidade, constituindo assim ferramentas importantes no controle da doença.

Este tipo de medicação está disponível na rede de saúde, e é administrado geralmente em regime ambulatorial, ou seja, sem a necessidade de internação hospitalar.

É extremamente importante o uso correto da medicação para evitar a resistência bacteriana. A quantidade elevada de comprimidos associada ao tempo prolongado (pelo menos 6 meses) fazem com que muitas pessoas interrompam o tratamento e com isso, tenham bacilos resistentes a muitas drogas (multi-resistentes) o que dificulta as chances de cura.

Prevenção

A tuberculose pode ser prevenida. As principais ações de prevenção são:

• Vacinação BCG: o Bacilo de Calmette e Guérin (BCG) é uma variante do bacilo tuberculoso que mantém as propriedades de estimulação da resistência imunológica; porém sem capacidade de produzir a doença. A vacina BCG deve ser administrada no braço direito de todo recém-nascido, desde que tenha peso igual ou superior a 2 kg, e não apresente alguma imunodeficiência.
• Busca ativa dos casos: quanto mais precocemente forem descobertos os pacientes com tuberculose, inicia-se mais cedo a medicação, e com isso diminui-se a transmissão da doença.
• Quimioprofilaxia: é o uso de somente um antibiótico contra o bacilo da tuberculose, indicada para as pessoas mais próximas dos pacientes com a doença na fase contagiosa.

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