Publicado em 18 maio 2019
Nivolumab or nivolumab plus ipilimumab in patients with relapsed malignant pleural mesothelioma (IFCT-1501 MAPS2): a multicentre, open-label, randomised, non-comparative, phase 2 trial
Título do Estudo
Nivolumab or nivolumab plus ipilimumab in patients with relapsed malignant pleural mesothelioma (IFCT-1501 MAPS2): a multicentre, open-label, randomised, non-comparative, phase 2 trial
Fonte
Lancet Oncology. 2019 Feb;20(2):239-253.
Desenho do Estudo
– Não há terapia recomendada para o mesotelioma pleural maligno com progressão após tratamento de primeira linha (pemetrexed e quimioterapia com compostos de platina). Estudos prévios demonstraram que o controle da doença com as drogas de segunda linha tem demonstrado pobres resultados (30%). O estudo tem como objetivo avaliar a eficácia do uso do Nivolumab e a combinação de nivolumab associada ao ipilimumab em pacientes portadores de mesotelioma pleural maligno com falha do esquema de primeira linha.
– Foi realizado um estudo multicêntrico, randomizado, não comparativo e aberto de fase 2, em 21 hospitais na França. Os pacientes elegíveis tinham idade igual ou superior a 18 anos com status de 0–1 do Eastern Cooperative Oncology Group, mesotelioma maligno da pleura comprovado histologicamente com progressão após tratamentos baseados em pemetrexed e platina como primeira linha ou segunda linha, doença mensurável por TC e expectativa de vida maior do que 12 semanas.
– Os doentes foram alocados aleatoriamente (1: 1) para receber nivolumab intravenoso (3 mg / kg de peso corporal) a cada 2 semanas ou nivolumab intravenoso (3 mg / kg a cada 2 semanas) mais ipilimumab intravenoso (1 mg / kg cada 6 semanas), até progressão da doença ou toxicidade inaceitável. A randomização central foi estratificada por histologia (epitelióide x não epitelióide), linha de tratamento (segunda linha x terceira linha) e quimiossensibilidade ao tratamento anterior (progressão ≥ 3 meses x <3 meses após o tratamento com pemetrexed). O desfecho primário foi a proporção de pacientes que atingiram o controle da doença por 12 semanas. O endpoint primário seria atingido se o controle da doença fosse alcançado em pelo menos 40% dos pacientes.
Mensagens do Artigo
– Entre 24 de março e 25 de agosto de 2016, 125 pacientes elegíveis foram recrutados e designados para nivolumabe (n = 63) ou nivolumabe associado a ipilimumabe (n = 62). Nos primeiros 108 pacientes elegíveis, o controle da doença em 12 semanas foi alcançado por 24 (44%; IC95% 31–58) de 54 pacientes no grupo nivolumab e 27 (50%; 37–63) de 54 pacientes no nivolumab + ipilimumab. Na população com intenção de tratar, o controle da doença em 12 semanas foi alcançado por 25 (40%; 28–52) de 63 pacientes no grupo nivolumab e 32 (52%; 39–64) de 62 pacientes no grupo de combinação.
– Nenhum paciente apresentou toxicidade que levou à morte
no grupo nivolumab, enquanto que três (5%) de 62 no grupo de combinação (uma hepatite fulminante, uma encefalite e uma insuficiência renal aguda).
– A terapia combinada com nivolumab ou nivolumab associado ao ipilimumab mostrou atividade promissora em pacientes recidivados com mesotelioma maligno da pleura, sem toxicidade inesperada. Esses esquemas terapêuticos necessitam de confirmação com ensaios clínicos maiores.
Limitações do Estudo
– Os autores reconhecem que a amostra estudada representava um grupo de pacientes com um melhor prognóstico (Performance Status 0-1), quando comparado ao de uma população mais ampla de pacientes com mesotelioma pleural maligno em segunda ou em terceira linha de tratamento.
Prof. Marcos César Santos de Castro