Publicado em 5 out 2019
CPAP Treatment and Cardiovascular Prevention: We Need to Change the Design and Implementation of Our Trials
Título do Estudo
CPAP Treatment and Cardiovascular Prevention: We Need to Change the Design and Implementation of Our Trials
Fonte
CHEST 2019; 156(3):431-437.
Desenho do Estudo
Em vista de todos os estudos anteriores não apresentarem resultados positivos com relação ao uso de CPAP na correção da SAOS (cita SHHS e mais recentemente o SAVE), o artigo sugere mudanças nos desenhos dos estudos.
1 – Que sejam arrolados nos próximos estudos de randomizados, só pacientes com SAOS e sintomas de sonolência diurna, porque são esses os mais suscetíveis à hipertensão arterial, resistência à insulina, e maiores probabilidades de efeitos no sistema cardiovascular;
2 – Foi sugerido que pacientes sem sintomas e/ou som SAOS leves e moderados sejam retirados do estudo;
3 – Que o índice de apneia hipopneia seja >30 eventos por hora e que estes estejam relacionados a dessaturações de 4% da oxihemoglobina e que o tempo de dessaturação seja registrado;
4 – Cita também que hipoxemias leves em idosos sejam retiradas do contesto, porque podem ser um condicionamento e proteção cardiovascular para estes pacientes;
5 – A idade média dos pacientes arrolados deve cair já que estes estudos são longos e o tempo para uso e efeito do CPAP devem ser maiores;
6 – Além disso, são os pacientes com sintomas de sonolência diurna os que mais irão aderir a terapia com os dispositivos de CPAP;
7 – Sugere também escolher apenas 1 ponto de coorte para desfecho cardiovascular e esse deveria ser AVE, já que as coronárias não sofreriam tanto com as mudanças fisiológicas determinadas pela SAOS..
Mensagens do Artigo
1 – Tudo que foi feito até hoje em matéria de tratamento e desfecho sejam revisados em vista dos desfechos negativos com relação ao tratamento da SAOS e uso de CPAP;
2 – Que sejam usados pacientes com doença mais importante e principalmente sintomas relacionados a síndrome de SAOS;
3 – Que além de sintomas os parâmetros mais importantes sejam o número de eventos > 30/h associados a dessaturações maiores de 4%, e o tempo das dessaturações abaixo de 90% em relação ao tempo total do exame;
4 – Retirada de pacientes mais velhos com pequenas dessaturações e colocação de mais novos com sintomas e doença mais acentuada.
5 – E que o desfecho final analisado seja doença vascular cerebral e não doença vascular miocárdica.
6 – A mensagem final do artigo é que estaríamos tratando pacientes apenas por um exame e não a sua relevância clínica.
Limitações do Estudo
O artigo sugere que estudos anteriores possuíam limitações, que são:
1 – Uso de pacientes sem sintomas;
2 – Uso de pacientes com exames mostrando SAOS leves e moderados sem um critério clínico de sintomas (sonolência) e vários critérios frouxos de definições do que é um evento respiratório de apnéia- hipopnéia e / ou aumento de pressão respiratória relacionada a despertares (RERA).
3 – Uso de pacientes mais velhos sem sintomas e com dessaturações leves, que poderiam até se beneficiar do condicionamento dado pelo mecanismo de oxigenação e desoxigenação causada pela SAOS.
4 – Todos esses fatores já são velhos conhecidos de quem estuda essa síndrome, mas só agora com desfecho negativo dos vários trabalhos citados se dão conta da necessidade de um maior rigor dos parâmetros e da associação de sintomas clínicos.
Dr. Enio Stuart