Publicado em 26 out 2019
Variable Utility of mosaic attenuation to distinguish fibrotic hypersensitivity pneumonitis from idiopathic pulmonary fibrosis
Título do Estudo
Variable Utility of mosaic attenuation to distinguish fibrotic hypersensitivity pneumonitis from idiopathic pulmonary fibrosis
Fonte
European Respiratory Journal. 2019; 54(1) 1900531.
Desenho do Estudo
Estudo retrospectivo, realizado entre setembro de 2017 e setembro de 2018, formado por 102 pacientes com diagnóstico de Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI) e Pneumonia por Hipersensibilidade Crônica (PHc), sendo respectivamente 57 pacientes e 45 pacientes, discutidos em equipe multidisciplinar. Foram realizadas Tomografia Computadorizada (TC) de Tórax em inspiração e expiração, objetivando: avaliar a frequência de atenuação em mosaico (AM) nos dois grupos e interpretar e validar as definições de AM de acordo com guidelines publicados pela ATS/ERS/JRS/ALAT 2011, ATS/ERS/JRS/ALAT 2018 e Sociedade Fleischner, também referido como ATS/FS. Como os guidelines mais recentes não explicam exatamente o que compreende a AM “extensa” ou “marcada”, foram utilizados os seguintes critérios (cada pulmão com 3 lobos – língula foi considerada um lobo):
1) no mínimo 1 lóbulo de AM em cada 3 lobos bilateralmente – Guideline ATS/ERS/JRS/ALAT 2011;
2) >3 lóbulos de AM em cada 3 ou mais lobos bilateralmente – ATS/FS;
3) > 5 lóbulos de AM em cada 3 lobos ou mais lobos bilateralmente – ATS/FS.
As imagens eram avaliadas por dois radiologistas, cegados dos dados clínicos dos pacientes. Os achados foram confrontados com os achados de uma coorte externa de outra unidade hospitalar. Esta coorte era composta de 34 pacientes com FPI e 28 pacientes com PHc.
Mensagens do Artigo
A atenuação em mosaico foi encontrada em 51% dos pacientes com FPI, segundo definição do guideline de 2011 ATS/ERS/JRS/ALAT. Mesmo utilizando a definição com maior extensão da alteração estudada, não foi possível excluir o diagnóstico de FPI. O sinal do “headcheese” apresentou alta especificidade para o diagnóstico de PHC, superando todas as métricas de atenuação em mosaico utilizadas neste estudo.
Limitações do Estudo
– A coorte de pacientes com PHc apresentavam apenas a forma fibrótica o que pode explicar o menor valor da atenuação em mosaico no diagnóstico desses pacientes.
– Tabagismo passado ou recente poderia explicar a presença de atenuação em mosaico entre pacientes com FPI.
– Pode ter ocorrido viés de seleção, uma vez que a unidade sede do estudo é referência terciária na assistência dessas entidades nosológicas (Royal Brompton Hospital).
Prof. Julio Ferenzini