Publicado em 17 out 2020
Osimertinib in Resected EGFR-Mutated Non–Small-Cell Lung Cancer
Título do Estudo
Osimertinib in Resected EGFR-Mutated Non–Small-Cell Lung Cancer
Fonte
Wu YL, Tsuboi M., He J et al. Osimertinib in Resected EGFR-Mutated Non–Small-Cell Lung Cancer. N Engl J Med 2020; epub ahead of printing. DOI: 10.1056/NEJMoa2027071.
Desenho do Estudo
1- Objetivo: avaliar a eficácia do uso de osimertinibe, inibidor de EGFR de 3ª geração, como terapia adjuvante, em pacientes com câncer de pulmão não-pequenas células ressecados, com mutações de EGFR (deleção exon 19 ou L858R exon 21).
2- Trata-se de estudo de fase 3, randomizado, controlado com placebo. Foram randomizados 682 pacientes previamente submetidos a ressecção cirúrgica (estádios IB a IIIA), que tivessem recebido ou não quimioterapia adjuvante (a critério do investigador), para receberem Osimertinibe 80 mg VO por dia por 3 anos, ou placebo. O objetivo principal foi avaliar a Sobrevida Livre de Doença nos pacientes de estadio II a IIIA.
3- Também foram avaliados como objetivos secundários: segurança, qualidade de vida, sobrevida livre de recorrência em sistema nervoso central e sobrevida global.
Mensagens do Artigo
1- O estudo foi positivo, com um HR para recorrência ou morte, em estadios II a IIIA, de 0,17 (IC 99,06% 0,11-0,26; p<0,001). No grupo experimental 90% dos pacientes estavam livres de doença e vivos em 24 meses, comparado com 44% no grupo placebo.
2- Considerando toda a população (estádios IB a IIIA), o estudo também foi positivo para Sobrevida Livre de Doença, com HR de 0,20 (IC 99,12%, 0,14 – 0,30; p<0,001).
3- O benefício se estendeu a todos os subgrupos avaliados. A recorrência em sistema nervoso central também foi significativamente menor no grupo experimental, com 82% de redução de risco (HR 18 (IC 95%, 0,10–0,33).
4- Toxicidade grau 3-4 foi ligeiramente maior no grupo que utilizou osimertinibe (20% versus 13%), e foram reportados 10 casos (3%) de pneumonite intersticial. Nenhuma morte foi associada ao tratamento. Interrupção do tratamento por toxicidade ocorreu em 11% dos casos com osimertinibe e 3% no grupo placebo.
5- Os dados de Sobrevida Global ainda são imaturos, mas esta estratégia deve passar a ser discutida com os pacientes.
Limitações do Estudo
1- Ainda não sabemos se a Sobrevida livre de doença é um desfecho que deve ser aceito como definitivo para tratamentos adjuvantes
2- O dado de Sobrevida Global é imaturo, e pode nunca ser conclusivo, pela interrupção precoce do estudo.
3- Não temos ainda um detalhamento sobre as razões de não indicação de quimioterapia adjuvante em 40% da população.
4- Outros biomarcadores, como a presença de co-mutações, doença residual em biópsia líquida e mecanismos de resistência ainda não foram estudados.
Dra Clarissa Baldotto