Publicado em 19 dez 2020
Noninvasive Ventilation Use in Critically Ill Patients with Acute Asthma Exacerbations
Título do Estudo
Noninvasive Ventilation Use in Critically Ill Patients with Acute Asthma Exacerbations
Fonte
Althoff MD, Holguin F, Yang F, Grunwald GK, Moss M, Vandivier RW, Ho PM, Kiser TH, Burnham EL. Noninvasive Ventilation Use in Critically Ill Patients with Acute Asthma Exacerbations. Am J Respir Crit Care Med. 2020 Dec 1;202(11):1520-1530. doi: 10.1164/rccm.201910-2021OC. PMID: 32663410; PMCID: PMC7706169.
Relevância do Tema
A asma exacerbada é um das principais causas de admissão no departamento de emergência e pelo menos 10% desses casos necessitarão de admissão em terapia intensiva com uso de ventilação mecânica invasiva determinando alta taxa de mortalidade além de um alto custo no tratamento desse grupo de pacientes.
O uso da ventilação mecânica não invasiva (VNI) diminui as taxas de ventilação mecânica invasiva (IMV) e a mortalidade entre pacientes hospitalizados com exacerbação aguda de doença pulmonar obstrutiva crônica. Embora a fisiopatologia das exacerbações agudas da asma e da doença pulmonar obstrutiva crônica sejam semelhantes, o impacto da VNI nos desfechos da exacerbação aguda da asma não está claro na literatura.
Desenho do Estudo
Estudo de coorte retrospectivo usando dados administrativos coletados durante 2010-2017 de 682 hospitais nos Estados Unidos. Os desfechos incluíram uso de ventilação mecânica invasiva e mortalidade intra-hospitalar. Equações de estimativa generalizada, modelos de propensão combinada e modelos estruturais marginais foram usados para avaliar a associação entre VNI e desfechos.
Mensagens
Durante o decorrer do estudo, 2010 a 2017, os pesquisadores observaram, na asma exarcerbada:
— Redução do número de pacientes necessitando ventilação mecânica: qualquer modalidade;
— Aumento do uso de VNI; levando inclusive a um aumento no percentual de pacientes intubados após tentativa de VNI apontando, talvez, um retardo na abordagem invasiva precoce em alguns casos;
— Os pacientes que falharam VNI eram tabagistas ou usuários de drogas e tinham como diagnóstico pneumonia, sepse e falência renal, na sua maioria;
— A mortalidade do pacientes que falharam a VNI (4,5%) foi maior que a mortalidade no estudo todo (2,4%) mas ainda assim foi menor que nos pacientes submetidos exclusivamente a IMV (7,6%)
Em todos os modelos, o uso de VNI foi associado a uma menor chance de receber IMV (equação de estimativa generalizada ajustada OR 0,36; IC 95% 0,32; 0,40) e menor mortalidade intra-hospitalar (OR 0,48; IC 95% 0,40 , 0,58).
Limitações do Estudo
— Estudo retrospectivo, baseado no sistema de cobranças de uso dos recursos e código de doenças – Premier Healthcare Database
— Alocação não randomizada do tratamento
— Ausência de informação de “score” de risco como APACHE e SOFA
Dra. Paula Werneck Steimback