Inhaled Dry Powder Antibiotics in Patients with Non-Cystic Fibrosis Bronchiectasis: Efficacy and Safety in a Real-Life Study

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 13 mar 2021

Inhaled Dry Powder Antibiotics in Patients with Non-Cystic Fibrosis Bronchiectasis: Efficacy and Safety in a Real-Life Study


Título do Estudo


Inhaled Dry Powder Antibiotics in Patients with Non-Cystic Fibrosis Bronchiectasis: Efficacy and Safety in a Real-Life Study

 

Fonte


Journal of Clinical Medicine. 2020 Jul 21;9(7):2317. doi: 10.3390/jcm9072317. PMID: 32708262; PMCID: PMC7408283.

 

Desenho do Estudo


Trata-se de um estudo multicêntrico a partir de coorte histórica de pacientes com bronquiectasia não fibrocística. Foram incluídos pacientes com mais de 18 anos e diagnóstico de bronquiectasia não fibrocística por tomografia computadorizada de tórax. A Spanish Society of Pneumology and Thoracic Surgery contactou por email todos os hospitais pertencentes ao Spanish National Health Service (787 hospitais). Os centros que concordaram em participar do estudo preencheram um formulário para cada paciente. Posteriormente esses dados foram reunidos em uma planilha do tipo Excel, formando um banco de dados chamado RIBRON (El registro español informatizado de bronquiectasias), que reúne pacientes entre 2015 e 2019. Dados microbiológicos e o numero de exacerbações no ano anterior e no ano subsequente ao início da utilização do  dispositivo de pó seco inalado (DPIA) foram registrados.

 

Mensagens do Artigo


– 33 centros participaram, com 172 pacientes, sendo que 08 deles foram invalidados. Dos 164 pacientes incluídos, 141 (86%) foram tratados com colistina e 23 (14%) com tobramicina. A idade média foi de 65,7 anos, sendo 47% homens. 33% possuíam etiologia pós infecciosa e 26% eram idiopáticas. Havia associação com DPOC em 37% e com Asma em 20%. O VEF1 médio foi 52,2%. Infecção brônquica crônica por pseudomonas estava presente em 86% dos casos, sendo essa a causa mais comum da prescrição de antibiótico inalatório. Em relação ao tratamento, 65,1% já haviam feito uso de antibiótico inalatório previamente. 94,3% faziam uso de broncodilatador, 61,4% de corticoide inalatório e 63% de macrolídeos. Os principais efeitos colaterais do uso do broncodilatador de pó seco foram tosse (40,8%) e dispneia (26,8%).

– Em relação a eficácia do tratamento, comparou-se o ano antes da utilização do DPIA e o ano após o início do tratamento com o dispositivo. Houve uma redução significativa no número de exacerbações severas (0,33 x 0,73 – p<0,001) e não severas (1,9 x 1,77 – p=0,023). Houve redução no número de exacerbadores (ou seja, 2 exacerbações ou 1 hospitalização ao ano):  45% x 20 % (p< 0,001). A porcentagem de pacientes com infecção brônquica crônica caiu significativamente de 81% para 52% no caso de P. Aeruginosa (p <0,001), e de 29,4% para 10% no caso de outros microorganismos potencialmente patogênicos (PPM). Houve redução na produção de muco > 30 ml/dia de 31% para 19% e da expectoração purulenta (55% x 29%). Não houve redução na severidade da dispneia (1,5 x 1,48) e na função pulmonar (VEF1 52,2% X 53,8%). Não houve diferença significativa entre a eficácia da colistina e da tobramicina. 24% dos pacientes desistiram do tratamento, sendo a maioria devido a tosse (84%). Dos pacientes que desistiram a maioria apresentava bronquiectasia severa, evolução há mais tempo desde o início dos sintomas, relato de tosse antes do início do tratamento, maior dificuldade de manusear o DPIA e falta de explicação adequada sobre como manusear. Os pacientes que receberam colistina apresentaram menor proporção de abandono do tratamento (20% vs. 27%; p = 0,042), menor dificuldade no uso do dispositivo e menor proporção de resistências à P. Aeruginosas (3% vs. 22%; p: 0,001 ) versus aqueles pacientes em tratamento com tobramicina.

 

Limitações do Estudo


– Uma das limitações desse estudo consiste no fato de não ser um ensaio clínico randomizado e, portanto, não possuir um grupo controle (pacientes que não utilizaram DPIA).  Além disso, não houve mensuração no impacto sobre a qualidade de vida. Por fim, o grupo que utilizou tobramicina era bem menor, comparado ao que usou colistina, devendo-se interpretar os resultados com cautela.

 

Dr. André Lassance Martinez

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