Terapias adjuvantes dirigidas ao hospedeiro para tuberculose pulmonar: um estudo prospectivo, aberto, de fase 2, randomizado controlado

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 4 set 2021

Terapias adjuvantes dirigidas ao hospedeiro para tuberculose pulmonar: um estudo prospectivo, aberto, de fase 2, randomizado controlado


Título do Estudo


Terapias adjuvantes dirigidas ao hospedeiro para tuberculose pulmonar: um estudo prospectivo, aberto, de fase 2, randomizado controlado

 

Fonte


Fonte: The Lancet, Respiratory Medicine, Published: March 16, 2021 – DOI: https://doi.org/10.1016/S2213-2600(20)30448-3

 

Introdução


Os tratamentos atuais da tuberculose permitem que os pacientes permaneçam com lesões pulmonares clinicamente significativa o que aumento da mortalidade por todas as causas pós-cura. As terapias adjuvantes dirigidas ao paciente podem proteger os pulmões, melhorar a sobrevida a longo prazo e encurtar a duração do tratamento; no entanto, existem poucos estudos clínicos. O objetivo do estudo foi avaliar a segurança e eficácia preliminar de quatro terapias dirigidas ao hospedeiro para a tuberculose.

 

Métodos


Estudo de fase 2, prospectivo, aberto, randomizado e controlado, os pacientes com tuberculose pulmonar foram recrutados em três centros clínicos na África do Sul, com idades entre 18 e 65 anos.Foram distribuídos aleatoriamente em 5 grupos, para receber um dos quatro tratamentos orais mais tratamento padrão para tuberculose (grupo de controle). Os tratamentos dirigidos ao hospedeiro foram: CC-11050 (200 mg duas vezes ao dia, dia 1–112); everolimo (0,5 mg / dia; dia 1–112); auranofina (3 mg / dia por sete dias, depois 6 mg / dia; dia 1-112); e ergocalciferol (5 mg no dia 1, depois 2,5 mg no dia 28 e no dia 56). Todos os participantes do estudo receberam tratamento padrão para tuberculose. Espirometria e cultura de escarro foram feitas no início do estudo e até 180 dias em intervalos especificados ao longo do tratamento. O desfecho primário foi a segurança e tolerabilidade até o dia 210. Os desfechos preliminares secundários de eficácia foram os efeitos do tratamento na microbiologia do escarro (status da cultura no dia 56 e a razão de risco para a conversão de cultura estável até o dia 180) e função pulmonar (FEV1 e FVC) medida por espirometria no dia 56, dia 180 e dia 540. A segurança e eficácia foi analisada no grupo da intervenção por protocolo. O acompanhamento pós-tratamento foi concluído em 2020.

 

Resultados


Foram selecionados 200 pacientes e distribuídos aleatoriamente em diferentes grupos de tratamento (n = 40 por grupo). Ocorreram 11 eventos adversos graves durante o tratamento ou dentro de 30 dias após a interrupção do tratamento, três foram atribuíveis à intervenção. Trombocitopenia com risco de vida ocorreu em um paciente e sepse intra-abdominal com óbito ocorreram no grupo da auranofina e foi classificada como suspeita de reação adversa grave inesperada. Espondilite tuberculosa ocorreu como uma reação paradoxal aparente em um paciente que recebeu ergocalciferol. Dois pacientes do grupo de controle apresentaram lesão hepática com risco de vida atribuível ao tratamento. Outros eventos adversos, sem necessidade de atendimento de emergencia foram atribuíveis ao tratamento em pacientes que receberam CC-11050 ou everolimo. FEV médio no grupo de controle foi de 61,7% do previsto (IC de 95% 56,3-67,1) no início do estudo e 69,1% (62,3-75,8) no dia 180. NO grupo do CC-11050 e everolimus teve melhora de VEF 1 no dia 180 em relação ao grupo controle (diferença média do grupo controle 6,30%, IC 95% 0,06-12,54; p = 0,048; e 6,56%, 0 · 18–12 · 95; p = 0 · 044, respectivamente), enquanto os receptores de auranofina e ergocalciferol não. Nenhum dos tratamentos teve efeito sobre a CVF durante 180 dias de acompanhamento ou sobre as medidas do status da cultura de escarro ao longo do estudo.

 

Conclusão


CC-11050 e everolimus foram seguros e razoavelmente bem tolerados como terapias adjuvantes para tuberculose, e a análise da eficácia preliminar sugere que eles também podem aumentar o VEF 1, uma medida chave da função pulmonar e preditor de mortalidade por todas as causas. Mais estudos são necessários com esses agentes.

 

Dr. Auriston Ferraz da Costa

Artigos |

Voltar



Empresas Parceiras



Atalho para à página do Facebook da empresa.