Publicado em 23 out 2021
IMpower010: Primary results of a phase III global study of atezolizumab versus best supportive care after adjuvant chemotherapy in resected stage IB-IIIA non-small cell lung cancer (NSCLC)
Título do Estudo
IMpower010: Primary results of a phase III global study of atezolizumab versus best supportive care after adjuvant chemotherapy in resected stage IB-IIIA non-small cell lung cancer (NSCLC)
Fonte
Felip E, Altorki N, Zhou C et al. The Lancet 2021; 398: 1344-1357.
Objetivo
Avaliar o benefício da terapia adjuvante com imunoterapia (atezolizumabe) para pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC), estadios IB-IIIA, previamente operados.
Desenho do Estudo
Trata-se de um estudo fase III, randomizado, multicêntrico, aberto, realizado em 227 centros de 22 países. Os pacientes com CPNPC estadio IB (tumores ≥4 cm) a IIIA, independentemente de sexo e com performance status 0-1, foram submetidos a cirurgia curativa e, posteriormente, quimioterapia a base de Platina (nas combinações com Docetaxel ou Pemetrexede ou Vinorelbina ou Gemcitabina) por 4 ciclos com intervalos de 21 dias. Após isso, randomizados em dois grupos para receber Atezolizumabe 1200mg IV a cada 21 dias por 16 ciclos ou os melhores cuidados de suporte (consultas periódicas com exames de imagem para seguimento). O estudo randomizou 1005 pacientes. O objetivo principal foi a sobrevida livre de doença, hierarquicamente, em pacientes com estadios II-IIIA e PD-L1> 1%, seguido dos pacientes com estadio II-IIIA e qualquer nível de expressão de PD-L1 e de toda a população estudada.
Resultados
Após um seguimento mediano de 32,2 meses, o desfecho primário – taxa de sobrevida livre de doença (SLD) após intervenção- foi atingido no primeiro subgrupo estudado-população de pacientes estadio II-IIIA com PD-L1>1% (HR 0,66; 95% CI 0,50–0,88; p=0,0039). A SLD também foi superior na população de pacientes estadio II-IIIA, independentemente do nível de expressão de PD-L1 (HR 0,79; 0,64–0,96; p=0,020), e na população global do estudo, embora com menor benefício (HR 0,81;0,67–0,99; p=0,040). Dos desfechos secundários, os dados de sobrevida global ainda são imaturos e não foram formalmente testados. Os dados de segurança não trouxeram novas perspectivas, quando comparados aos dados trazidos já em estudos anteriores com a droga. Eventos adversos de qualquer grau ocorreram em 92,7% (atezolizumabe) e 70,7% (melhores cuidados de suporte), eventos grau 3/4 em 21,8% e 11,5%, respectivamente, e eventos grau 5 no grupo de intervenção ocorreram em 0,8% dos pacientes com uma taxa de 18,2% de descontinuação.
Mensagens e Limitações do Estudo
Assim como na doença avançada, a imunoterapia se mostrou um tratamento ativo para pacientes com CPNPC e doença inicial. O maior benefício parece estar restrito a pacientes com alta expressão de PD-L1. A análise inicial ainda foi precoce para trazer dados consistentes e maduros de sobrevida global.
Dra. Clarissa Baldotto e Dra. Letícia Quinane