1-year outcomes in hospital survivors with COVID-19: a longitudinal cohort study

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 30 out 2021

1-year outcomes in hospital survivors with COVID-19: a longitudinal cohort study


Título do Estudo


1-year outcomes in hospital survivors with COVID-19: a longitudinal cohort study

 

Fonte


Huang L, Gu QYX, Wang Q, Ren L, Wang Y, Hu P, e al. Lancet 2021; 398: 747–58.

 

Introdução


A pandemia causada pelo vírus SARS-Cov-2 permanece como tema importante e vários relatos corroboram que um percentual alto de pacientes se mantém sintomático mesmo depois de passada a fase ativa da doença. A evolução de longo prazo de pacientes internados com COVID-19 ainda não é totalmente conhecida.

 

Desenho do Estudo


Estudo prospectivo que avaliou pacientes sobreviventes da COVID-19 e que haviam sido internados em um hospital na cidade de Wuhan, China.

 

Mensagens do Artigo


Foram recrutados 2.469 pacientes para manter o seguimento em nível ambulatorial após internação devido à COVID-19. As análises foram feitas em dois momentos: 6 e 12 meses após a alta hospitalar. Os autores relatam que 68% dos pacientes apresentavam pelo menos um sintoma relacionado à infecção viral após 6 meses e que esse percentual caiu para 49% em 1 ano. Ou seja, metade dos pacientes mantêm alguma queixa mesmo depois de 1 ano após a internação, embora haja melhora na intensidade e na qualidade de vida durante o período, confirmado pelo retorno ao trabalho em 88% dos casos. O sintoma mais comum foi a fadiga. Obviamente, casos mais graves apresentavam mais lesões residuais e sequelas que demoram mais a resolver. Interessantemente, os casos de ansiedade e depressão foram um pouco mais frequentes na visita de 12 do que de 6 meses, sugerindo que outros fatores, além da doença viral ativa, possam estar relacionados. Com relação aos achados tomográficos, ao final de 1 ano ainda eram observadas alterações em 20 a 30% dos casos considerados moderados durante a internação hospitalar, e em 54% daqueles mais graves. O padrão tomográfico mais encontrado foi o vidro fosco, mas alguns pacientes (<10%) podem apresentar espessamento septal e/ou reticulações, geralmente relacionado ao uso de ventilação mecânica durante o tratamento da doença ativa. Esses dados sugerem que a recuperação total da COVID-19 pode demorar muito a ocorrer ou até não vir a acontecer em uma parcela de pacientes com doença mais grave, especialmente aqueles tratados em terapia intensiva. Como atualmente temos um número grande de pacientes que tiveram que ser internados para tratamento da infecção pelo SARS-Cov-2 é importante reconhecer e tratar essas alterações.

 

Limitações do Estudo


Trata-se de um estudo de centro único realizado em pacientes que necessitaram de internação hospitalar. Ou seja, essas sequelas podem ter sido causadas tanto pela doença ativa como pelo tratamento ofertado. Os pacientes incluídos no estudo tiveram doença ativa no período entre janeiro e maio de 2020. Desde então, o tratamento da COVID-19 evoluiu e é possível que as sequelas deixadas também sejam menores atualmente.

 

Profa. Cláudia Henrique da Costa

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