Dispositivos eletrônicos para fumar nas capitais brasileiras: prevalência, perfil de uso e implicações para a Política Nacional de Controle do Tabaco

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 20 nov 2021

Dispositivos eletrônicos para fumar nas capitais brasileiras: prevalência, perfil de uso e implicações para a Política Nacional de Controle do Tabaco


Título do Estudo


Dispositivos eletrônicos para fumar nas capitais brasileiras: prevalência, perfil de uso e implicações para a Política Nacional de Controle do Tabaco

 

Fonte


Cad. Saúde Pública 2021; 37(7):e00261920 – doi: 10.1590/0102-311X00261920

 

Métodos


Análise da edição de 2019 dos dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel).

Vigitel realizou 52.443 entrevistas telefônicas entre janeiro e dezembro de 2019, em amostragem e sorteio sistemático de linhas telefônicas residenciais fixas ativas, estratificadas por código de endereçamento postal (CEP). Um morador de 18 anos ou mais no domicílio foi sorteado para responder.

Um dos itens pesquisados foi sobre tabagismo. Deste, um subitem versava sobre dispositivo eletrônico para fumar (DEF).

O uso de DEF foi classificado em uso na vida (diariamente, menos que diariamente ou no passado), uso diário, uso ocasional e uso atual (diário + ocasional).

 

Resultados


Entre adultos das capitais brasileiras, 6,7% (IC95%: 6,13-7,27) já utilizaram DEF, e 2,3% (IC95%: 1,97-2,68) o utilizavam no momento da pesquisa.

Estes percentuais representam 2,4 milhões de indivíduos tendo contato com DEF, e 835 mil utilizando-o, considerando apenas as capitais brasileiras.

Entre os fumantes, 6,9% (IC95%: 5,11-8,60) fazem uso concomitante de DEF, perfazendo aproximadamente 242 mil indivíduos.

Mais da metade daqueles que já usaram DEF nunca usaram cigarro comum, o que representa 1,2 milhão de pessoas no Brasil.

Cerca de 80% das pessoas que já usaram DEF têm entre 18 e 34 anos. Nesta faixa etária, 1 a cada 5 jovens já fez uso desses dispositivos na vida, porém, menos de 3% dos maiores de 35 anos já utilizaram DEF.

 

Conclusões


– O volume de uso de DEF entre jovens vai de encontro ao argumento da indústria do tabaco de que esses dispositivos têm como público-alvo central os fumantes adultos que querem parar de fumar.

– O uso dos DEF pode servir como iniciação de contato à nicotina.

– Estudos prévios no Brasil indicavam maior prevalência de uso de DEF entre indivíduos jovens e com alta escolaridade. Contudo, neste Vigitel, isto não foi observado de maneira estatisticamente significativa entre os indivíduos com 18-24 anos, o que pode demonstrar maior acessibilidade aos DEF ao longo do tempo.

 

Dr. Gunther Kissmann

Nota pessoal: DEF seguem com comercialização proibida em território nacional conforme RDC 46/2009.
É esperada ainda em 2021 a deliberação do relatório de Análise de Impacto Regulatório pela Dicol, havendo sérias pressões políticas em prol da liberação dos DEF.

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