Publicado em 25 mar 2023
Survival After Lung Transplantation for Chronic Hypersensitivity Pneumonitis: Results From a Large International Cohort Study
Título do Estudo
Survival After Lung Transplantation for Chronic Hypersensitivity Pneumonitis: Results From a Large International Cohort Study
Fonte
Nosotti M, Leiva-Juarz M, Ovidio F, Raemdonck DV, Ceuleman L , Keshavjee S et al. Transpl Int, March 2022; 35:10450.
Introdução
A pneumonia de hipersensibilidade (PH) é uma causa frequente de doença intersticial pulmonar. O diagnóstico correto e o afastamento do antígeno causador são fundamentais. No entanto, nem sempre conseguimos estabelecer a causa ou o paciente não consegue se afastar do agente. Nesses casos, o risco de evolução para a forma crônica da doença aumenta e esses pacientes podem evoluir com progressiva perda de função pulmonar e necessidade de transplante de pulmão. Embora o uso de antifibrótico esteja indicado para os casos de progressão comprovada, nem sempre os pacientes têm acesso a esta terapia ou a progressão acontece apesar do uso da medicação. Assim, o transplante continua sendo a única opção para um grupo de pacientes.
Desenho do Estudo
O grupo ESTS (Lung Transplantation Working Group) conduziu estudo multicêntrico (9 centros dos EUA e Europa), retrospectivo que analisou os dados de pacientes transplantados de pulmão entre 1996 e 2019. Foram avaliados a sobrevida e o tempo livre de alteração pulmonar relacionada ao aloenxerto. Os dados de 114 pacientes foram levantados. Desses, 90% haviam tido o diagnóstico de PH antes do transplante, mas o antígeno envolvido só havia sido suspeitado em 25% dos casos. A sobrevida em 1, 3 e 5 anos foi de 85%, 75% e 70%, respectivamente. Dentre os pacientes que sobreviveram 3 meses após a cirurgia, 85% estavam livre de doença pulmonar relacionada ao enxerto.
Mensagens do Artigo
Em um momento que o transplante de pulmão vem ganhando importância, nota-se que pacientes com diagnóstico de PH podem ser bons candidatos à cirurgia. Embora se achasse que a doença de base poderia recorrer já que a maioria dos pacientes desconhecia o agente causal, isso não foi observado.
Limitações do Estudo
Trata-se de estudo retrospectivo que analisa transplantes desde 1996. Desde lá, tivemos vários avanços relacionados com a cirurgia, com o tratamento pós cirúrgico, assim como o maior entendimento sobre a doença, permitindo que menos pacientes cheguem à fase terminal. Os pacientes não foram classificados de acordo com as últimas diretrizes que permitem abordagem baseada na progressão para fibrose pulmonar.
Profa. Cláudia Henrique da Costa – Universidade do Estado do Rio de Janeiro