Dupilumab for COPD with Type 2 Inflammation Indicated by Eosinophil Counts

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 3 jun 2023

Dupilumab for COPD with Type 2 Inflammation Indicated by Eosinophil Counts


Título do Estudo


Dupilumab for COPD with Type 2 Inflammation Indicated by Eosinophil Counts

 

Fonte


May 21, 2023 DOI: 10.1056/NEJMoa2303951.

 

Introdução


Em alguns pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), a inflamação do tipo 2 pode aumentar o risco de exacerbação e pode ser indicada por contagens elevadas de eosinófilos no sangue. O dupilumabe, um anticorpo monoclonal totalmente humano, bloqueia o componente receptor compartilhado para a interleucina-4 e a interleucina-13, principais fatores da inflamação do tipo 2.

 

Objetivo do Estudo


O desfecho primário foi a taxa anualizada de exacerbações moderadas ou graves da DPOC. Os principais desfechos secundários e outros que foram corrigidos para multiplicidade foram a alteração no volume expiratório forçado pré-broncodilatador em 1 segundo (FEV1) e nas pontuações do St. George’s Respiratory Questionnaire (SGRQ; intervalo de 0 a 100, com pontuações mais baixas indicando melhor qualidade de vida) e do Evaluating Respiratory Symptoms in COPD (E-RS-COPD; intervalo de 0 a 40, com pontuações mais baixas indicando sintomas menos graves).

 

Desenho do Estudo


Em um estudo de fase 3, duplo-cego e randomizado, foram estratificados pacientes com DPOC que tinham uma contagem de eosinófilos no sangue de pelo menos 300 por microlitro e um risco elevado de exacerbação, apesar do uso da terapia tripla padrão, para receber dupilumabe (300 mg) ou placebo por via subcutânea uma vez a cada 2 semanas.

 

Resultados


939 pacientes foram submetidos à estratificação: 468 para o grupo do dupilumabe e 471 para o grupo do placebo. A taxa anualizada de exacerbações moderadas ou graves foi de 0,78 (IC de 95%, 0,64 a 0,93) com dupilumabe e de 1,10 (IC de 95%, 0,93 a 1,30) com placebo (RR, 0,70; IC de 95%, 0,58 a 0,86; P<0,001). O VEF1 pré-broncodilatador aumentou da linha de base até a 12ª semana   em uma média de de 160 ml (IC 95%, 126 a 195) com dupilumabe e 77 ml (IC 95%, 42 a 112) com placebo (diferença média LS, 83 ml; IC 95%, 42 a 125; P<0,001), uma diferença que foi mantida até a 52a semana. Na 52a semana, a pontuação SGRQ melhorou em uma média LS de -9,7 (IC 95%, -11,3 a -8,1) com dupilumabe e -6,4 (IC 95%, -8,0 a -4,8) com placebo (diferença média LS, -3,4; IC 95%, -5,5 a -1,3; P=0,002). O escore E-RS-COPD na 52a semana melhorou em uma média LS de -2,7 (IC 95%, -3,2 a -2,2) com dupilumabe e -1,6 (IC 95%, -2,1 a -1,1) com placebo (diferença média LS, -1,1; IC 95%, -1,8 a -0,4; P=0,001). Os números de pacientes com eventos adversos que levaram à descontinuação do dupilumabe ou do placebo, eventos adversos graves e eventos adversos que levaram à morte foram equilibrados nos dois grupos.

 

Conclusão


Entre os pacientes com DPOC que apresentavam inflamação do tipo 2, conforme indicado pela contagem elevada de eosinófilos no sangue, aqueles que receberam dupilumabe tiveram menos exacerbações, melhor função pulmonar e qualidade de vida e sintomas respiratórios menos graves do que aqueles que receberam placebo.

 

Contribuições e Limitações do Estudo


Os resultados sugerem que o dupilumabe pode efetivamente reduzir as exacerbações, melhorar a função pulmonar e a qualidade de vida relacionada à saúde entre os pacientes com DPOC e inflamação do tipo 2. Uma limitação possível do estudo é a linha do tempo, com o ensaio sendo realizado durante a pandemia da COVID-19. A pandemia afetou a pesquisa clínica em larga escala e a exposição e o comportamento dos pacientes, possivelmente contribuindo para as dificuldades de recrutamento e para as menores frequências de exacerbação de DPOC relatadas. Embora a incidência geral no estudo tenha sido baixa, o tratamento com dupilumabe teve um efeito significativo na população do estudo.

 

Mauro Zamboni. MD; MSc; PhD. Mestre e Doutor pela Universidade Federal Fluminense. Professor Adjunto de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Petrópolis, UNIFASE.

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