Publicado em 11 jan 2025
Malformação arteriovenosa
Título do Estudo
Malformação arteriovenosa
Fonte
Jornal Brasileiro de Pneumologia. 2024;50(1):e 20240023 dx.doi.org/10.36416/1806-3756/e20240023.
Introdução
A malformação arteriovenosas pulmonares (MAVPs) são conexões anormais entre a artéria pulmonar e a veia pulmonar, contornando o leito capilar normal, causando um shunt da direita para a esquerda. A maioria das MAVPs está associada à telangiectasia hemorrágica hereditária ou Síndrome de Rendu-Osler-Weber que é uma doença autossômica dominante caracterizada por malformações arteriovenosas em múltiplos tecidos e órgãos. As MAVPs podem ser divididas em simples ou complexas de acordo com números de artérias pulmonares nutridoras. Podem ser assintomáticas ou apresentar sintomas como dispnéia secundária a hipoxemia, epistaxe e até hemoptise.Outra manifestação em portadores de MAVP é a predisposição a infecções, tais como abscesso cerebral, hepático e/ou esplênico, assim como acidente vascular cerebral isquêmico. Esses eventos ocorrem por causa dessa comunicação vascular anormal, com perda do filtro capilar, permitindo que haja a passagem de bactérias e trombos diretamente do sistema venoso para o arterial. A TC é considerada o método de escolha para o diagnóstico que deve ser feito com contraste. No passado as MAVP eram tratadas cirurgicamente, com uma taxa expressiva de complicações. Atualmente a embolização por cateter com utilização de molas é uma opção de tratamento menos invasivo e com menos complicação.
Objetivo
Apresentar um de caso clínico de malformação arteriovenosa pulmonar (MAVP) e descrever os principais achados clínicos, a principal causa, seus tipos e exame de imagem, as complicações clínicas e os tratamentos realizados.
Métodos
Relato de um caso clínico de uma mulher, 37 anos com queixa de tosse e febre de início agudo e na radiografia de tórax evidenciou nódulo na base do pulmão direito e a tomografia de tórax mostrou vasos em relação íntima com nódulo.
Resultados
É um caso clínico com sintomas inespecíficos e que necessita de um método de imagem com contraste para melhor definição.
Conclusões
A forma de como diagnosticar, acompanhar e tratar as MAVP pode variar, e o seguimento em um centro especializado com uma equipe multidisciplinar é a melhor opção para esses pacientes.
Limitações e Mensagens do Artigo
O nódulo pulmonar solitário sempre é um achado preocupante, pois uma das principais etiologias é o carcinoma broncogênico. O contraste venoso nem sempre pode ser utilizado pois existem pacientes alérgicos. A TC de tórax tem extrema importância na avaliação dos aspectos morfológicos do nódulo, buscando características que possam sugerir benignidade, como estabilidade do nódulo por mais de 2 anos, presença de gordura ou de padrões específicos de calcificação.
As MAVP reconhecidamente podem causar complicações bastante relevantes, como acidentes vasculares e abscessos cerebrais, bem como hemorragias de grande volume. O tratamento com embolização percutânea com catéter é a melhor opção.
Dr. Luiz Guilherme Ferreira da Silva Costa é pneumologista, médico do serviço de pneumologia do Hospital São José do Avaí e professor adjunto de Clínica Médica da UNIG / Campus V Itaperuna.