Twice-Yearly Depemokimab in Severe Asthma with an Eosinophilic Phenotype

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 20 jan 2025

Twice-Yearly Depemokimab in Severe Asthma with an Eosinophilic Phenotype


Título do Estudo


Twice-Yearly Depemokimab in Severe Asthma with an Eosinophilic Phenotype

 

Fonte


Jackson DJ, Wechsler ME, Jackson DJ, et al. Twice-Yearly Depemokimab in Severe Asthma with an Eosinophilic Phenotype. N Engl J Med. Published online September 9, 2024. doi:10.1056/NEJMoa2406673.

 

Introdução


Depemoquimabe é um anticorpo monoclonal anti-IL5 de alta afinidade, o qual bloqueia essa interleucina, impedindo sua interação com o seu receptor, anulando o seu efeito. Uma vez que a IL-5 é responsável pelo recrutamento, diferenciação e maturação dos eosinófilos, ao impedir a sua ação, depemoquimabe reduz a inflamação eosinofílicauma das responsáveis pela asma grave. Por ser de alta afinidade, seu efeito dura 6 meses, com resultados satisfatórios de segurança nos pacientes com asma eosinofílica. Diante disso, foram realizados dois estudos de fase 3: SWIFT-1 e SWIFT-2, com intuito de avaliar eficácia e segurança.

 

Métodos


Tanto SWIFT-1 quanto SWIFT-2 foram estudos multicêntricos, randomizados, placebo, controlado e duplo-cego que avaliaram a eficácia e segurança de depemoquimabe.

Eram elegíveis ao estudo pacientes asmáticos, maiores de 12 anos,com diagnóstico há pelo menos 2 anos. Além disso, deveriam apresentar valores de eosinófilo acima 300 cels/mcL ou, quando inclusos no estudo, de pelo menos 150 eosinófilos. Todos os pacientes deveriam estarcom dose moderada a elevada de corticoide inalatório, associado a uma segunda medicação de controle e permanecer com pelo menos 2 exacerbações nos últimos 12 meses.Os participantes maiores de 18 anos deveriam apresentar VEF1pré-broncodilatador alterado, abaixo de 80% do predito, enquanto os participantes entre 12 e 17 anos abaixo de 90% do predito ou VEF/CVF < 0,8. Foram excluídos pacientes em uso ou que já usaram outro anti-IL5 nos últimos 12 meses. Os pacientes foram divididos em dois grupos para receber duas doses: uma no recrutamento e outra dose 26 semanas depois.

O objetivo primário era avaliar a ocorrência de exacerbação, a qual levasse ao uso de corticoide sistêmico. Objetivos secundários envolveram a melhora de qualidade de vida, melhora do escore ACQ, melhora do VEF1, tempo até a primeira exacerbação. Além disso, foi avaliada a incidência de eventos adversos.

 

Resultados


Os resultados nos dois estudos foram semelhantes e consistentes. No total, foram avaliados 762 pacientes, com predomínio de mulheres, caucasianas, ao redor de 50 anos.Os pacientes que receberam o depemoquimabe experimentaram uma redução de 54% na taxa anual de exacerbações de asma grave em comparação àqueles que receberam placebo ao longo de 52 semanas. Ademais, em relação à hospitalização, houve redução de 72%. Cerca de 83% dos pacientes tratados com depemoquimabe reduziram os valores de eosinófilo sérico. Em termos de eventos adversos, o principal foi cefaleia, sintoma já atribuído a outros anti-IL5. Não houve diferença significativa em relação a qualidade de vida e função pulmonar.

 

Conclusão


O depemoquimabe é o primeiro imunobiológico de ultralonga duração anti-IL5 com resultados promissores no controle de exacerbações com redução inclusive em hospitalizações, sendo uma possível alternativa no tratamento da asma eosinofílica.

 

Limitações do Estudo


Uma das principais limitações foi o período de recrutamento, o qual ocorreu durante a pandemia, interferindo na taxa de exacerbação. O desenho do estudo não avaliou adesão e técnica inalatória. De forma que a baixa taxa de exacerbação do grupo placebo pode ter tido impacto somente pelo recrutamento dos pacientes e melhor adesão ao tratamento de base. Além disso, devido ao tempo de acompanhamento após término do estudo ter sido de 6 meses, não é possível avaliar os efeitos a longo prazo. Por fim, apenas 30 pacientes menores de idade foram avaliados, com uma resposta não tão adequada quanto o grupo de pacientes acima de 18 anos, talvez pelo pequeno número de participantes

 

Drª. Bruna Provenzano – Pneumologista da UERJ

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