Association of positive airway pressure termination with mortality and non-fatal cardiovascular events in patients with obstructive sleep apnoea

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 26 set 2024

Association of positive airway pressure termination with mortality and non-fatal cardiovascular events in patients with obstructive sleep apnoea


Título do Estudo


Association of positive airway pressure termination with mortality and non-fatal cardiovascular events in patients with obstructive sleep apnoea

 

Fonte


Sabil A, Launois C, Trzepizur W, et al. Association of positive airway pressure termination with mortality and non-fatal cardiovascular events in patients with obstructive sleep apnoea. Thorax. 2024 Aug 2:thorax-2024-221689. doi: 10.1136/thorax-2024-221689. Epub ahead of print.

 

Contexto


Ainda que dados clínicos e experimentais sugiram que a Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) esteja associada a um risco aumentado de evento cardiovascular (ECV), a premissa de que a AOS é um fator de risco modificável para ECV ainda permanece incerta. O objetivo do estudo foi avaliar se o abandono da terapia com pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) estaria associado a um risco aumentado de ECV maior (EVCM).

 

Métodos


O estudo baseou-se em dados coletados pelo estudo longitudinal multicêntrico Pays de la Loire Sleep Cohort. Foram incluídos pacientes com AOS moderada/grave diagnosticada por polissonografia (Tipos 1 ou 3) que iniciaram tratamento com CPAP entre 15/05/2007 e 31/12/2018. Os pacientes foram acompanhados regularmente até Dezembro de 2022 ou até o momento da ocorrência do primeiro ECVM. Os pacientes que tiveram a terapia trocada para dispositivos de avanço mandibular, os que passaram por cirurgia bariátrica ou maxilofacial, os que estavam em cuidados paliativos e os que usavam o CPAP por < 4h/noite foram excluídos. Foi avaliada a aderência à terapia com drogas protetoras para ECV, sendo o valor de > 80% de uso da terapia pelo tempo analisado considerado como boa adesão. O desfecho primário do estudo (ECVM) foi definido como a primeira ocorrência de internação por doença coronariana, evento isquêmico cerebral, insuficiência cardíaca descompensada ou todas as causas de morte.

 

Resultados


Os dados foram obtidos de 4188 pacientes (69,6% de homens). A mediana de seguimento foi de 8 anos. Os participantes foram divididos em dois grupos: 1485 abandonaram o CPAP e 2703 continuaram o CPAP com uso ≥ 4h/noite. Os pacientes que continuaram o CPAP versus aqueles que abandonaram a terapia apresentaram maior aderência a medicamentos cardiovasculares (38% versus 28%); p < 0,0001. Após o ajuste para fatores de confusão, a interrupção da terapia com CPAP foi associada a um risco aumentado de ECVM (Hazard Ratio [HR]: 1,39 com intervalo de confiança a 95% [IC95%]: 1,20-1,62; p < 0,0001). Os pacientes que abandonaram a terapia com CPAP apresentaram também um risco aumentado de mortalidade geral por todas as causas (HR: 1,65; IC95%: 1,36-1,99; p < 0,0001) e de evento isquêmico cerebral (HR: 1,52; IC95%: 1,07-2,15; p < 0,0001).

 

Limitações


Não foi possível inferir causalidade entre o abandono do CPAP e o risco de ECVM. Não foram avaliados outros potenciais fatores de confusão, como, por exemplo, nutrição, atividade física e duração do sono.

 

Conclusões


Os pacientes que abandonaram o uso do CPAP, em relação aos aderentes, apresentaram um maior risco de ECVM, incluindo risco aumentado de mortalidade geral por todas as causas e de evento isquêmico cerebral.

 

Bernardo Pires de Freitas Residente (R1) de Pneumologia e Tisiologia do IDT – UFRJ.

Ricardo Luiz de Menezes Duarte (supervisão) Pneumologista do IDT – UFRJ; Atual Coordenador do Departamento de Distúrbios Respiratórios do Sono da SBPT.

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