Avaliação de risco-benefício do Brensocatib para tratamento de bronquiectasias não fibrocísticas

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 10 fev 2024

Avaliação de risco-benefício do Brensocatib para tratamento de bronquiectasias não fibrocísticas


Título do Estudo


Avaliação de risco-benefício do Brensocatib para tratamento de bronquiectasias não fibrocísticas

 

Fonte


Chalmers JD, Metersky ML, Feliciano J, et al. Benefit−risk assessment of brensocatib for treatment of non-cystic fibrosis bronchiectasis. ERJ Open Res 2023; 9: 00695-2022 [DOI: 10.1183/23120541.00695-2022].

 

Introdução


Bronquiectasia é uma doença inflamatória caracterizada por brônquios permanentemente dilatados, com tosse crônica, produção de escarro e frequentes exacerbações.  A atividade aumentada da elastaseneutrofílica (NE) nas vias aéreas está associada à progressão da doença e ao aumento do risco de exacerbações pulmonares.

Brensocatib é um inibidor de dipeptidil peptidase 1, que bloqueia a ativação de proteases séricas neutrofílicas, incluindo a NE.

 

Métodos


No estudo randomizado de fase 2, duplo-cego e controlado por placebo denominado WILLOW, os pacientes receberam 10 mg ou 25mg  de brensocatib, ou placebo, uma vez ao dia por 24 semanas.

 

Resultados


O tempo até a primeira exacerbação foi prolongado com brensocatib (tanto nas doses de 10mg quanto nas doses de 25mg) em comparação com o placebo, além de observadas reduções na NE do escarro.

Os eventos adversos sérios mais comuns foram exacerbação infecciosa da bronquiectasia (6% para a dose de 10 mg; 4% para a dose de 25 mg; 11% com placebo) e pneumonia (0% para a dose de 10 mg; 4% para a dose de 25 mg; 4% com placebo.

Foi realizada uma análise pós-hoc do estudo WILLOW para calcular o número necessário para tratar (NNT) e o número necessário para prejudicar (NNH) para o brensocatib em comparação com o placebo. As análises de NNT e NNH descrevem o número de pacientes que precisariam ser tratados para que um paciente adicional, em comparação com o placebo, experimentasse benefício ou prejuízo, respectivamente.

A proporção de pacientes com exacerbações pulmonares ao longo de 24 semanas foi utilizada para a análise de NNT e a proporção de pacientes com eventos adversos graves emergentes do tratamento (EAGT) foi utilizada para a análise de NNH.

 

Conclusões


Os baixos resultados encontrados de NNT (valores de NNT <10) e valores negativos de NNH nesta análise, sugerem um potencial beneficio clinico e segurança do uso do brensocatib.

Neste estudo, a dose de 10 mg de brensocatib apresentou um NNT mais baixo e um NNH mais negativo do que a dose de 25 mg. No entanto, é importante notar que o estudo não foi projetado para diferenciar a eficácia por dose.

 

Limitações e mensagens do artigo


Esta análise complementa os resultados do estudo WILLOW, que mostrou que o brensocatib prolongou o tempo até a primeira exacerbação e reduziu o risco de exacerbações em comparação com o placebo, mostrando beneficio clinico e segurança do medicamento. Porém, ainda deve-se aguardar o estudo de fase 3 ASPEN, já em andamento, para confirmação dos resultados.

 

Rafaela Vieira Ferreira da Silva é médica pneumologista da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e do Hospital Federal de Ipanema.

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