Burkholderia cepacia, cystic fibrosis and outcomes following lung transplantation: experiences from a single center in Brazil

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 24 nov 2018

Burkholderia cepacia, cystic fibrosis and outcomes following lung transplantation: experiences from a single center in Brazil


Título do Estudo


Burkholderia cepacia, cystic fibrosis and outcomes following lung transplantation: experiences from a single center in Brazil

 

Fonte


Clinics 2018; 73:e166.

 

Desenho do Estudo


Estudo retrospectivo, com análise de dados clínicos e microbiológicos (em amostras de escarro ou lavado broncoalveolar) de indivíduos com doença supurativa submetidos a transplante bilateral de pulmão no Incor/HCFMUSP entre janeiro de 2008 a novembro de 2013. Com o objetivo de avaliar o impacto da colonização por bactérias do complexo Burkholderia cepacia (CBc) na evolução após o transplante de pulmão (TxP), foi selecionado o subgrupo de pacientes portadores de fibrose cística (FC). Bactérias do CBc cultivadas em amostras de janeiro de 2012 a novembro de 2013 tiveram a espécie identificada por sequenciamento genético usando primers contra o gene recA.

 

Mensagens do Artigo


1 – A FC é a terceira indicação mais comum de TxP. Portadores FC têm sobrevida melhor após o TxP quando comparados às outras indicações.

2 – Pacientes com FC são colonizados por múltiplas espécies bacterianas. Bactérias do CBc têm sido associadas com pior prognóstico após o TxP, especialmente Burkholderia cenocepacia (genomovar III). Por isto, alguns centros excluem da lista para TxP indivíduos colonizados por esta bactéria.

3 – De 2008 a 2013 foram realizados 130 TxP; 62 (47%) em pacientes com doença supurativa, dos quais 34 (26,1% do total) tinham FC. Entre os pacientes com FC, 13 apresentaram colonização por bactérias do CBc; entre os quais 7 tiveram amostras geneticamente analisadas: 3 metallica e 4 B. cenocepacia. Quanto a outras colonizações houve 19 (55%) com S. aureus e 28 (82%) com P. aeruginosa.

4 – Durante o follow up após o TxP, 6/34 (17,6%) de pacientes com FC faleceram, sendo apenas um deste colonizado por CBc, porém com morte atribuída a pneumonia hospitalar e choque séptico por Acinetobacter baumannii. Não houve culturas positivas para CBc no pós-operatório.

5 – Não houve diferença entre pacientes colonizados e não colonizados por CBc quanto a mortalidade, tempo de permanência em UTI ou no hospitalar, disfunção primária do enxerto, rejeição aguda ou disfunção crônica do aloenxerto. De especial interesse, não houve impacto da colonização por metallica ou B cenocepacia na mortalidade após o TxP.

6 – Baseado neste estudo, os autores sugerem que a colonização por CBc, mesmo por B. cenocepacia (genomovar III) não seja considerada contra-indicação para o TxP.

 

Limitações do Estudo


Número pequeno de pacientes (apenas 4) colonizados por B. cenocepacia neste grupo. Sequenciamento genético de amostras de apenas 7 dos 13 pacientes com FC colonizados por CBc.

 

Profa. Mônica Firmida

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