Publicado em 5 jan 2022
Carnaval de rua é suspenso no Rio, que só alcança 2 de 5 indicadores para um ‘carnaval seguro’
Matéria do Globo de 4/1 , antes da decisão do prefeito, mostra os números preocupantes de covid e influenza na cidade. Leia.
O carnaval de rua é tema de uma reunião nesta terça-feira (4) entre o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e a associação de blocos de rua — em meio a números preocupantes da Covid-19.
Levantamento feito pelo G1 mostra que apenas dois dos cinco indicadores criados para um carnaval de rua seguro são alcançados.
Um dos índices para um carnaval de rua seguro diz respeito ao atendimento na rede municipal de saúde de casos de síndrome gripal. O máximo deveria ser uma média móvel semanal de 110 casos.
Na ú ltima semana de 2021, foram 6.511 casos em meio à chegada da variante ômicron da Covid-19 e do surto de influenza.
Os especialistas afirmam que a taxa de testes positivos para Covid deveria ser, no máximo, de 5%. A Prefeitura divulgou, na segunda-feira (2), que o número está quase duas vezes maior: 9,6%.
Para um carnaval seguro, 80% da população total deve estar vacinada. Os especialistas dizem que este número precisa ser atingido não somente na cidade do Rio de Janeiro, mas também no estado e no país.
A cidade já passou desse número, com 80,7%. O estado e o país ainda não. No Brasil, 67% das pessoas estão vacinadas com as duas doses. No território fluminense, são 70%.
Os especialistas estabeleceram que o máximo deveria ser uma fila de espera de três pessoas por dia, com tempo de espera inferior a uma hora.
De acordo com a Loft Data Science, a taxa de contágio no Rio está em 0,84. Ou seja, cada 100 pessoas infectadas contagiam 84.
O indicador estabelecido pelos especialistas máximo seria de 0,5. De acordo com Medronho, a tendência é de piora nesse índice.
Os números preocupam integrantes da Prefeitura do Rio, especialistas e também foliões. Na semana passada, a Banda de Ipanema antecipou que não vai desfilar em 2022.
Como mostrou o colunista Ancelmo Gois, do “O Globo”, uma das patrocinadoras do carnaval de rua pediu à Prefeitura que defina até quarta-feira (5) se haverá ou não a festa na rua. O prefeito também vai se reunir com os patrocinadores nesta terça, mas a resposta sobre a realização ou não do evento deve sair só no início da semana que vem.
Técnicos da Prefeitura entendem a pressão feita pela empresa, que quer previsibilidade para investir R$ 39 milhões na festa. Mas pedem calma para tomar uma decisão.
Além de infectologista, Roberto Medronho é fundador do Simpatia É Quase Amor — um dos blocos mais tradicionais da cidade. Apaixonado pelo carnaval, ele admite que a decisão é difícil. Mas vai ficar do lado da ciência.
“Pra mim, seria muito doloroso sugerir a suspensão do carnaval. Não recomendei ainda, mas entre a ciência e a diversão eu fico com a ciência. Se não houver condições, não deve haver carnaval”.