Characteristics and outcomes of asthmatic patients with COVID-19 pneumonia who require hospitalization

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 5 set 2020

Characteristics and outcomes of asthmatic patients with COVID-19 pneumonia who require hospitalization


Título do Estudo


Characteristics and outcomes of asthmatic patients with COVID-19 pneumonia who require hospitalization

 

Fonte


Eur Respir J 2020; in press (https://doi.org/10.1183/13993003.01875-2020).

 

Objetivos


Investigar as características e resultados de pacientes asmáticos com Pneumonia COVID 19 que requereram hospitalização.

 

Métodos


Estudo unicêntrico, prospectivo, de acompanhamento de todos os pacientes asmáticos internados por Sars-Cov-2 no período de 15/03/2020 a abril de 2020. Foi utilizado um grupo controle formado por 75 pacientes internados por Sars-Cov-2 no mesmo período e que não possuíam diagnóstico prévio de asma.

Os asmáticos foram classificados de acordo com o GINA 2020. Todos os pacientes tiveram os seguintes testes laboratoriais analisados na admissão: RT PCR, leucograma, biomarcadores cardíacos, função hepática, Gasometria arterial, Fibrinogenio, D Dimero, PCR e Ferritina. TC de tórax foi classificada com base na extensão da doença como: leve (< que 10%), moderada (10- 24%), grave (25-49%), muito grave (50 – 74%) e critica (> 75%).

A estratégia terapêutica utilizada foi registrada, isto é, uso de corticosteroides sistêmicos, SABA, antibióticos, ajustes no controle da Asma, fluxo de oxigênio, admissões na UTI e necessidade de ventilação. Finalmente, os desfechos principais: morte, duração da estada em CTI e duração total da hospitalização.

 

Resultados


Do total de 768 pacientes internados por COVID-19, 4,8% tinham diagnóstico de asma, estes eram principalmente mulheres (70%), não tabagistas (85%) com mediana de idade de 54 anos e mediana de IMC de 28,3 Kg/m². Onze pacientes (30% dos asmáticos) eram GINA 5. Não-asmáticos eram mais velhos, maior parte do sexo masculino e mais comorbidades presentes.

Metade dos pacientes asmáticos tinham saturação de O2 <95% em ar ambiente. Nenhum apresentava critérios para exacerbação da asma.

O achado laboratorial mais comum foi linfopenia, seguida de eosinopenia em 78% dos pacientes asmáticos. Elevação de D Dimero foi comumente observada (mediana de 810 micro/l), bem como aumento da PCR (mediana 51 ng/l). Não asmáticos tinham linfopenia mais pronunciada; pior PCR, Ddimero, LDH, níveis de transaminases e hipoxemia.

Com relação aos achados radiológicos, os não-asmáticos apresentavam acometimento mais extenso.

Oxigênio suplementar foi utilizado em 81% dos asmáticos. Onze pacientes foram admitidos na UTI, dos quais 6 necessitaram de ventilação mecânica; tal tendência foi maior entre idosos e pacientes com mais comorbidades.

Duas mortes ocorreram em um mês de follow up e 1 morte adicional foi observada, levando a mortalidade taxa de 8,1% em asmáticos quando comparado a 14.6% em não asmáticos.

 

Conclusão


Dentre os hospitalizados, menos de 5% eram representados por asmáticos. Nenhum paciente se apresentou com exacerbação de asma ou a desenvolveu durante a internação. Este dado pode ser explicado por vários motivos:

1- a baixa expressão de enzima conversora de angiotensina 2 no receptor celular SarsCoV2, tem sido descrita nas células das vias aéreas de pacientes alérgicos e/ou com asma,

2- eosinopenia marcante foi um achado da coorte; 78% dos asmáticos hospitalizados não tiveram eosinofilia detectável na admissão. Essa regulação negativa da resposta Th2 pode explicar a menor taxa de descontrole da asma entre pacientes com Covid-19.

Os asmáticos apresentaram menor taxa de mortalidade e doença menos extensa que o grupo controle.

 

Limitações


Pequeno número de asmáticos estudados. Diagnósticos equivocados de associação asma/Covid não pode ser afastado em um cenário de emergência.

 

Dra Selma Varela

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