Clinical course and risk factors for mortality of adult inpatients with COVID-19 in Wuhan, China: a retrospective cohort study

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 21 mar 2020

Clinical course and risk factors for mortality of adult inpatients with COVID-19 in Wuhan, China: a retrospective cohort study


Título do Estudo


Clinical course and risk factors for mortality of adult inpatients with COVID-19 in Wuhan, China: a retrospective cohort study

 

Fonte


Lancet. 2020 Mar 11. pii: S0140-6736(20)30566-3. doi: 10.1016/S0140-6736(20)30566-3. (Epub ahead of print)

 

Desenho do Estudo


Estudo de coorte retrospectiva de todos pacientes acima de 18 anos diagnosticados com COVID-19 nos hospitais Jiniyntan Hospital e Wuhan Pulmonary Hospital na província de Wuhan na China durante o período de 29.12.2019 e 31.01.2020. Tais hospitais foram os únicos referenciados para atendimento de casos de COVID-19 em Wuhan. Dados epidemiológicos, demográficos, clínicos, laboratoriais, tratamento e desfechos foram extraídos dos prontuários eletrônicos e checados por 2 pesquisadores diferentes. Um terceiro pesquisador avaliou casos de interpretação diferente pelos revisores primários.

 

Mensagens do Artigo


191 pacientes foram incluídos no estudo (135 do Jiniyntan Hospital e 56 do Wuhan Pulmonary Hospital), dos quais 57 morreram durante a internação e 137 receberam alta hospitalar. A idade média dos pacientes foi de 56 anos, variando de 18 a 87 anos. Comorbidades estavam presentes em cerca de metade dos pacientes, sendo hipertensão arterial mais comum, seguida de diabetes mellitus e doença arterial coronariana. Os sintomas mais comuns na admissão foram febre e tosse, seguidos por expectoração e fadiga. O tempo médio entre início da doença e alta hospitalar foi de 22 dias, enquanto o tempo médio de início da doença e morte foi de 18.5 dias. 32 pacientes necessitaram de ventilação mecânica, dos quais 31 evoluíram para óbito (mortalidade de 97%). O tempo médio entre início da dispneia e intubação orotraqueal foi de 10 dias. As complicações mais frequentes durante a internação foram sepse, insuficiência respiratória, SARA e choque séptico. Metade dos pacientes não sobreviventes desenvolveram uma segunda infecção durante a internação. Entre os pacientes sobreviventes, o tempo médio de detecção viral no swab de orofaringe foi de 20 dias e nos pacientes que evoluíram a óbito o vírus foi continuamente detectado até a morte. A contagem inicial de linfócitos foi mais alta em pacientes que receberam alta hospitalar do que daqueles que evoluíram para óbito. Nos sobreviventes o número de linfócitos foi mais baixo no sétimo dia de doença e depois normalizou durante a internação, enquanto nos pacientes com desfecho de óbito houve linfopenia persistente. Níveis de d-dímero, troponina I, ferritina, LDH, e IL-6 foram mais elevados em pacientes com desfecho negativo comparado com pacientes que receberam alta hospitalar. Análise de regressão multivariada demonstrou principais chances de morte durante a internação hospitalar para a idade (odds ratio 1.1, 95% CI 1.03-1.17 por aumento em cada ano; p=0.0043), elevado score de SOFA (odds ratio 5.62, 95% CI 2.6-12.2; p<0.0001) e d-dímero maior que 1mcg/dl na admissão (odds ratio 18.4, 95% CI 2.6-128.5; p=0.0033). Entre os 41 pacientes que receberam terapia antiviral (21%), não houve diferença estatística entre os pacientes que evoluíram a óbito (21%) daqueles que receberam alta hospitalar (22%). Em relação ao uso de corticóide sistêmico em 57 pacientes (30%), o percentual daqueles que evoluíram a óbito foi estatisticamente maior (46%) quando comparado com aqueles que receberam alta hospitalar (23%).

 

Limitações do Estudo


Trata-se de estudo retrospectivo e avalia população acometida pelo COVID-19 em apenas uma cidade (Wuhan), não sendo possível estimar se populações com características distintas apresentarão os mesmos aspectos durante o curso da doença. Pacientes ainda internados com COVID-19 em 31.01.2020, provavelmente com doença mais grave, foram excluídos do estudo. Assim, a taxa de mortalidade apresentada no estudo pode estar subestimada.

 

Dr João Pedro Steinhauser Motta

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