Como diagnosticar a ILTB

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 24 mar 2022

Como diagnosticar a ILTB


A Tuberculose Latente (ILTB) foi o tema da palestra da Dra. Mônica Flores Rick, Presidente SOPTERJ biênio 2022-23 e Professora assistente Universidade Iguaçu, em Simpósio no Hospital Universitário Pedro Ernesto, da UERJ, por ocasião do Dia Mundial e Nacional de Combate à Tuberculose.

Sobre a Definição de Tuberculose Latente – ILTB, Dra. Mônica ressaltou “a resposta imune persistente previamente adquirida de antígenos do Mycobacterium tuberculosis, sem evidência de manifestações clínicas de TB ativa (Eur Respir J 2009;33:956-73)”. Ela explicou que cerca de 1/3 da população mundial está infectada pelo M.Tb (WHO 2018) e que aproximadamente 5 a 10% das pessoas imunocompetentes com ILTB poderão desenvolver TB ativa, a maioria dentro dos primeiros 5 anos após a infecção (PLoS One. 2016;11(1):e0146098).

Para o diagnóstico da ILTB, Rick pondera que “nem todos os infectados irão adoecer, que há outros e vários fatores, especialmente o status imunológico, que o diagnóstico e tratamento envolvem custos e manejo de reações adversas, por vezes fatais, mas advertiu que nos grupos onde o risco de progressão excede o da população geral, os benefícios claramente superam os riscos, e que particularmente o diagnóstico da ILTB é importante em crianças abaixo de 5 anos e nos imunocomprometidos.

Ela enfatiza que devem ser testados:
* Crianças, adultos e adolescentes portadores de HIV;
* Crianças >5 anos e adultos imunocompetentes contactantes de paciente com TB pulmonar;
* Outros grupos de pacientes: candidatos a receber terapia Anti-TNF, aqueles em terapia de substituição renal, candidatos a transplante de órgãos sólidos ou hematológicos, e pacientes com silicose.
Sobre a testagem, e em rápida revisão da literatura, Rick abordou vários estudos com TST e IGRA e as observações da OMS sobre o tema, resgatou o Manual de Recomendações para o controle da Tuberculose no Brasil, discutiu os benefícios do Teste tuberculínico – PPD, as diferenças entre este e o IGRA, mas lembrou que o IGRA “foi incorporado ao SUS em 2020, mas ainda não está disponível”. A decisão da CONIUTEC no entanto, restringe o método para pessoas vivendo com HIV, crianças em contato com casos de tuberculose ativa e pacientes candidatos a transplante de células-tronco hematopoéticas, que pode ser acessada em https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-sctie/ms-n-50-de-11-de-novembro-de-2020-288047139 .

Ela ressalta que há ainda controvérsias sobre os métodos: “Não há um “gold-standard” para o diagnóstico de ILTB, e tanto TT como IGRAs são úteis para o diagnóstico; estes têm maior sensibilidade que o TT para diagnóstico em pacientes HIV com baixa contagem de CD4”.

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