Dia mundial da Hipertensão Pulmonar – Conscientização dos desafios e dificuldades a serem superados

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 5 maio 2022

Dia mundial da Hipertensão Pulmonar – Conscientização dos desafios e dificuldades a serem superados


A hipertensão pulmonar é uma síndrome caracterizada por importante remodelamento da vasculatura pulmonar e aumento progressivo da sobrecarga vascular pulmonar, levando à hipertrofia e insuficiência do ventrículo direito.

Desde 1998,  a Organização Mundial de Saúde organiza o simpósio de Hipertensão pulmonar a cada 5 anos, sendo o sexto simpósio realizado em 2018.

A Hipertensão arterial pulmonar (HAP) é uma doença grave, progressiva e incurável, que acomete entre 2 a 5 pacientes por milhão de adultos a cada ano, com sobrevida de 2,8 anos quando não tratada.

Para o tratamento adequado são imprescindíveis o estudo hemodinâmico e a classificação etiológica dentro dos cinco grupos distintos baseados em achados clínicos e patológicos e respostas ao tratamento, são eles:

Grupo 1- Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP);

Grupo 2 – Hipertensão pulmonar devido a doença cardíaca esquerda;

Grupo 3 – Hipertensão pulmonar por doença pulmonar e/ou hipóxia;

Grupo 4 – Hipertensão pulmonar por obstruções de artéria pulmonar, e

Grupo 5- Hipertensão pulmonar por mecanismos multifatoriais e/ou desconhecidos.

A prevalência de hipertensão pulmonar (HP) varia de acordo com a classificação do grupo. Sabe-se que a HP relacionada à doença cardíaca esquerda é considerada a causa mais comum, não necessitando de tratamento específico com vasodilatador de artéria pulmonar.

A partir da década de 1990, vários medicamentos foram aprovados para o tratamento da HAP, o que mudou a qualidade de vida dos pacientes e ainda, reduziu a progressão da doença.

Apesar de todo avanço, ainda há muitos desafios no Brasil. Na avaliação  inicial do paciente, a baixa suspeição clínica leva ao atraso no diagnóstico. Então, diante da suspeita clínica de HP, o ecocardiograma transtorácico deve sempre ser realizado como método de triagem. No entanto, quando o tratamento alvo da HP é considerado, se faz necessário o cateterismo cardíaco direito para uma decisão de tratamento. Lista-se aqui outro desafio, pois temos poucos centros com ênfase em cateterismo direito, o que limita a chance de tratamento com terapia específica, já que as medicações são de custo elevado. Além disso, temos poucos medicamentos aprovados e acessos limitados aos mesmos. No caso da hipertensão pulmonar tromboembólica crônica (HPTEC), a doença é potencialmente curável, porém,  poucos centros estão aptos a realizar o tratamento cirúrgico nesse grupo de pacientes. Ainda neste último cenário, encontramos a dificuldade para realização da cintilografia de ventilação/perfusão no serviço público, exame padrão ouro para o diagnóstico da HPTEC.

No Brasil, há uma população particular de HAP, com a doença associada à esquistossomose, que é uma doença relacionada a baixa condição de saneamento básico. Então temos muitos desafios a serem superados. É preciso suspeitar da doença, diagnosticar e tratar precocemente esses pacientes.


Comissão de Hipertensão Arterial Pulmonar da SOPTERJ – Dra. Elizabeth Jauhar Bessa

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