Eosinophilia and fractional exhaled nitric oxide levels in chronic obstructive lung disease

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 9 abr 2022

Eosinophilia and fractional exhaled nitric oxide levels in chronic obstructive lung disease


Título do Estudo


Eosinophilia and fractional exhaled nitric oxide levels in chronic obstructive lung disease

 

Fonte


Annangi S, Nutalapati S, Sturgill J, Flenaugh E, Foreman M. Eosinophilia and fractional exhaled nitric oxide levels in chronic obstructive lung disease. Thorax. 2022 Apr;77(4):351-356. doi: 10.1136/thoraxjnl-2020-214644. Epub 2021 Aug 20. PMID: 34417353.

 

Desenho do estudo


Identificar o papel da eosinofilia periférica na identificação do fenótipo eosinofílico da DPOC usando um Banco de dados da Pesquisa Nacional de Exames de Saúde e Nutrição (NHANES) e relatar a prevalência de eosinofilia periférica e inflamação eosinofílica das vias aéreas, de acordo com o histórico de asma e dados demográficos da casuística.

A qualidade de amostras de sangue foram analisadas para contagem total e diferencial de glóbulos brancos conforme o manual de procedimentos NHANES. Eosinofilia periférica foi definida por contagem de eosinófilos ≥ 300 cells/µL.

Respostas autorreferidas ao questionário de condições médicas foram coletadas por pessoal treinado usando sistema de entrevista pessoal.

A DPOC foi definida pela presença da relação VEF1/CVF pós-broncodilatador <0,07.

Amostra foi dividida em 2 grupos, com história prévia de asma e sem este histórico.

Considerada história prévia de asma se resposta postiva a questão: “Algum médico ou profissional de saúde já disse que você tem asma?”

Tabagistas identificados pela pergunta ‘Você atualmente fuma cigarros?’

Participantes foram estratificados de acordo com seus históricos de asma, de tabagismo, dados sociodemográficos e valor de FENO segundo a ATS.  Baixo ≤24 ppb, intermediário 25–50 ppb e alta FeNO ≥51.

Significância estatística entre proporções foi analisada usando o teste de Pearson χ2 e a significância entre as médias calculadas usando o teste de análise de variância. Uma análise da curva característica de operação foi implementada para avaliar o desempenho das contagens de eosinófilos periféricos na distinção de indivíduos com DPOC com níveis de FeNO ≥25 ppb de indivíduos com níveis de FeNO <25 ppb.

 

Mensagens do Artigo


DPOC é uma doença heterogênea e fenotipá-la permite adequar a terapêutica da doença. Portadores de DPOC com asma coexistente tem piores prognóstico e qualidade de vida. O subtipo predominante eosinofílico é um dos muitos fenótipos que mostraram uma maior resposta na função pulmonar ao tratamento com corticosteróides juntamente com uma redução nas taxas de exacerbação.

 

Foram incluídos 3.110.617 indivíduos e 14,6% relataram história prévia de asma.

Eosinofilia periférica no grupo com DPOC com asma superior ao grupo sem asma (38.3% vs 35.6%, p<0.001).

Apesar do FeNO elevado auxiliar na identificação do fenótipo eosinofílico da DPOC, independentemente de sua história de asma, ainda não está tão disponível na prática clínica quanto a contagem de eosinófilos no sangue.

O nível médio de FeNO foi significativamente maior no grupo DPOC com história de asma comparado com DPOC em relação ao grupo sem história de asma e o mesmo ocorreu com a eosinofilia periférica. Aproximadamente 35,6% e 15,2% dos indivíduos com DPOC sem história de asma tinham eosinófilos periféricos e FeNO elevados.

Utilizando-se cortes da contagem de eosinófilos periféricos de 100 células/µL e 300 células/ µL obteve-se 90% de sensibilidade e 90% de especificidade, respectivamente, em identificar indivíduos com DPOC com níveis de FeNO≥25 ppb. O estudo apoia a fenotipagem da DPOC com inflamação eosinofílica, a despeito da existência prévia de história de asma,  através da dosagem sérica de eosinófilos, quando da indisponibilidade da dosagem de FENO.

 

Limitações do Estudo


Apesar dos altos padrões de coleta de dados, o exame NHANES e os dados laboratoriais também estão sujeitos a erros de amostragem. Dados obtidos em entrevistas (questionários) usados ​​para identificar indivíduos com asma e tabagismo foram auto-relatos e, portanto, estão sujeitos a viés de memória. Indivíduos com asma foram identificados por meio da pergunta ‘Tem médico ou profissional de saúde já lhe disse que você tem asma’. Embora a resposta a esta pergunta seja frequentemente usada como definição em estudos anteriores para definir asma, a confiança na resposta como definitiva do diagnóstico, pode levar a super ou subestimação da prevalência de asma. A pergunta ‘Você fuma agora?’ usada para identificar os fumantes atuais tem 30% de respostas faltando em nossos assuntos incluídos.

 

Dr. Carlos Leonardo Carvalho Pessôa

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