Publicado em 20 jun 2020
Epidemiology, clinical course, and outcomes of critically ill adults with COVID-19 in New York City: a prospective cohort study
Título do Estudo
Epidemiology, clinical course, and outcomes of critically ill adults with COVID-19 in New York City: a prospective cohort study
Fonte
Cummings MJ, Baldwin MR, Abrams D, et al. Epidemiology, clinical course, and outcomes of critically ill adults with COVID-19 in New York City: a prospective cohort study. Lancet. 2020;395(10239):1763-1770. doi:10.1016/S0140-6736(20)31189-2.
Desenho do Estudo
1- Um estudo observacional (período entre 02.03.2020 a 01.04.2020), realizado em 2 hospitais afiliados à Universidade de Columbia, com indivíduos adultos, diagnosticados laboratorialmente com COVID-19 e gravemente doentes (com insuficiência respiratória hipoxêmica aguda).
2- O desfecho primário foi taxa de mortalidade hospitalar. Os desfechos secundários incluíram frequência e duração da ventilação mecânica invasiva, frequência do uso de vasopressores e terapia de reposição renal e tempo para deterioração clínica hospitalar após a admissão. A relação entre fatores de risco e mortalidade hospitalar foi modelada por meio da regressão dos riscos proporcionais de Cox. O tempo de acompanhamento foi censurado em 28 de abril de 2020, para que cada paciente tivesse pelo menos 28 dias de observação.
Mensagens do Artigo
1- 1150 indivíduos com COVID-19 foram admitidos nos dois hospitais, dos quais 257 (22%) estavam gravemente doentes: idade média de 62 anos, 67% eram homens. 82% dos pacientes tinham pelo menos uma doença crônica, sendo as mais comuns hipertensão (63%) e diabetes (36%). 46% dos pacientes eram obesos.
2- Em 28 de abril de 2020, 101 (39%) pacientes haviam falecido e 94 (37%) permaneciam hospitalizados. 79% dos pacientes receberam ventilação mecânica (mediana de uso: 18 dias), 66% receberam vasopressores e 31% receberam terapia renal substitutiva.
3- A idade mais avançada (taxa de risco ajustada [aHR]: 1,31 [1,09-1,57]), doença cardíaca crônica (aHR: 1,76 [1,08-2,86]), doença pulmonar crônica (aHR: 2.94 [1,48-5,84]), concentrações mais altas de interleucina-6 [IL-6] (aHR: 1,11 [1,02-1,20]) e concentrações mais altas de D-dímero (aHR: 1,10 [1,01-1,19]) foram preditores independentes de mortalidade hospitalar.
Limitações do Estudo
1- O estudo foi realizado em dois hospitais contendo alta proporção de hispânicos, latinos e negros, além de alta prevalência de comorbidades cardiometabólicas, limitando a sua generalização.
2- Ausência de acompanhamento daqueles que permaneceram hospitalizados após a data da censura.
3- Os pacientes foram admitidos no hospital em momentos variados no curso da doença, o que pode ter afetado o curso clínico e os resultados.
4- Ausência de testagem de outros biomarcadores, à exceção da IL-6 e do D-dímero.
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Dra Marcia de Sousa Murta