Evaluation of long-term sequelae by cardiopulmonary exercise testing 12 months after hospitalization for severe COVID-19

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 28 jan 2023

Evaluation of long-term sequelae by cardiopulmonary exercise testing 12 months after hospitalization for severe COVID-19


Título do Estudo


Evaluation of long-term sequelae by cardiopulmonary exercise testing 12 months after hospitalization for severe COVID-19

 

Fonte


Sofia Noureddine, Pauline Roux-Claudé, Lucie LaurentOphélie RitterPauline DollaSinan KaraerFrédéric ClaudéGuillaume EberstVirginie Westeel, Cindy Barnig. BMC Pulm Med. 2023; 23: 13. Published online 2023 Jan 12. doi: 10.1186/s12890-023-02313-x

 

Introdução


O teste cardiopulmonar de exercício (TECP) é uma importante ferramenta clínica para análise global das repostas respiratórias, circulatórias e metabólicas do exercício que não podem ser avaliadas adequadamente no repouso. Portanto, o TECP é ideal para avaliar as sequelas a longo do prazo dos pacientes que tiveram infecção grave por  COVID-19.

 

Métodos


Estudo prospectivo, realizado em um único centro na França. Foram realizados TECP, tomografia de tórax e espirometria de repouso em 60 pacientes doze meses após sua internação em terapia intensiva por COVID grave.

 

Resultados


Doze meses após a alta, metade dos pacientes continuava relatando dispneia, apesar de a grande maioria deles apresentar prova de função pulmonar em repouso normal. O acompanhamento longitudinal revelou melhora progressiva dos dados de função respiratória em repouso ao longo dos 12 meses de acompanhamento. Opacidade em vidro fosco (48% dos pacientes) e bronquiectasias (59% dos pacientes) foram as alterações tomográficas mais frequentes. O tempo de permanência em terapia intensiva foi preditor independente do consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo) e a grande maioria (80%) dos pacientes apresentou VO2 máximo normal. Entretanto, mais da metade destes pacientes com VO2 máximo normal apresentou ineficiência ventilatória ao exercício, com aumento do espaço morto pulmonar no limiar anaeróbico e aumento do gradiente alvéolo-arterial para oxigênio no pico do esforço. A pressão de CO2 no final da expiração (PetCO2) também foi baixa nos pacientes com aumento do espaço morto.  Tais alterações foram mais prevalentes nos pacientes com dispneia.

 

Conclusões


O estudo traz considerações importantes sobre a avaliação de sequelas do COVID-19 através do TECP. Apesar da alta prevalência de queixas respiratórias 12 meses após a internação, a maioria dos pacientes apresentava prova de função respiratória normal, mas TECP alterado. É importante ressaltar que o TECP é um exame multiparamétrico e deve ser interpretado levando-se em consideração toda a riqueza de dados por ele proporcionada. Assim, mesmo com VO2 máximo normal, muitos dos pacientes revelavam ineficiência ventilatória que justificava a queixa clínica dos pacientes.

 

Limitações


O estudo é unicêntrico e não incluiu informações sobre TECP ou queixas de respiratórias antes da infecção pelo COVID-19. Essas informações seriam importantes, pois mais de metade dos pacientes eram tabagistas ou ex-tabagistas. Val ressaltar que os pacientes incluídos nesse estudos foram acometidos por COVID-19 na 1ª onda da pandemia e, apesar de todos terem recebido anticoagulação precocemente, apenas 45% deles foram submetidos à corticoterapia durante a internação.

 

Dra. Renata Castro – Cardiologista e Médica do Esporte – Ipanema Health Club – www.ipanemahealthclub.com.br

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