Global Strategy for Prevention, Diagnosis and Management of Copd: 2024 Report

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 2 dez 2023

Global Strategy for Prevention, Diagnosis and Management of Copd: 2024 Report


Título do Estudo


Global Strategy for Prevention, Diagnosis and Management of Copd: 2024 Report

 

Fonte


2024 GOLD Report

 

Introdução


O documento GOLD é atualizado anualmente incorporando as mais recentes referências da área. Sumarizamos abaixo as principais atualizações feitas nesta última edição

 

Atualizações Incorporadas


Foram incorporadas 148 novas referências. Agora elas estão listadas em ordem alfabética ao final do documento e não ao final de cada capítulo.

– A informação sobre PRISm (preserved ratio but impaired spirometry) foi expandida. Dados atuais sugerem que 20 a 30% dos pacientes irão evoluir com DPOC. As características que conferem maior risco de progressão são: sexo feminino, idade avançada, queda do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), tabagismo ativo e aumento do tempo de fluxo expiratório forçado (FEF) na espirometria. No entanto, ainda não está clara a causa de progressão nem como devemos manejar esses pacientes.

– Foi introduzida uma seção abordando a hiperinsuflação, chamando a atenção para sua ocorrência em fases precoces da doença.

– Há um parágrafo salientando que nem sempre a realização de espirometria com broncodilatação é factível. Assim, se a espirometria for realizada sem a manobra de broncodilatação, pode ser considerada como baixo risco de DPOC caso ela não apresente obstrução (VEF1/CVF > 0,7). No entanto, caso essa relação esteja abaixo do limite inferior da normalidade em pacientes mais jovens (< 50 anos), ela deve ser repetida ou a fase broncodilatadora deve ser incorporada). Chamo a atenção para o fato que o diagnóstico de DPOC mantém a obrigatoriedade de obtenção de espirometria com prova broncodilatadora!

– Uma nova seção aborda a necessidade de realizar espirometria como método de triagem em populações especiais como tabagistas com carga tabágica acima de 20 maços-ano, pacientes com infecções respiratórias frequentes ou com histórico de doença respiratória na infância. De forma interessante, é sugerido o uso rotineiro de medida do pico de fluxo. Pacientes com pico de fluxo abaixo da normalidade devem realizar espirometria, especialmente nos casos com exposição e sintomas. Pacientes que realizam triagem para câncer de pulmão também devem ser avaliados para DPOC.

– Algumas informações novas sobre eosinófilos são incorporadas. A contagem média dessas células no sangue periférico em pacientes com DPOC é levemente mais alta do que na população geral, no entanto, com grande desvio padrão, havendo importante superposição dos dois grupos. A reprodutividade da dosagem sanguínea é maior caso o paciente tenha menos do que 100 células/ mcL. Alguns estudos apontam a capacidade da contagem de eosinófilos em prever exacerbações, mas outros apresentam resultados contraditórios, não sendo ainda totalmente esclarecido esse papel. O declínio do VEF1 pode ser mais acentuado em pacientes com taxas elevadas de eosinófilos, mas isso só foi confirmado caso o paciente não esteja em uso de corticoide inalatório. Esse dado sugere que o uso de corticoide inalado possa prevenir a queda do VEF1 em pacientes com eosinófilos altos.

– Dados sobre o COPDGene apontaram para o fato de que 8% dos pacientes apresentaram ILA (interstitial lung abnormalities) e que metade desses pacientes evoluíram com fibrose pulmonar, queda da CVF ou da capacidade de difusão do monóxido de carbono (DLco). Este dado aponta para a necessidade de avaliarmos os pacientes tabagistas de forma global, verificando a ocorrência de DPOC, fibrose e câncer de pulmão.

– A sessão sobre cessação do tabagismo incorpora dados sobre a maior dificuldade da suspensão em pacientes com DPOC quando comparado ao tabagista sem obstrução, provavelmente relacionado à adição maior no primeiro grupo e traz uma atualização do tratamento farmacológico.

– O plano de vacinação segue as recomendações do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e inclui prevenção para doença pneumocócica, influenza, COVID-19, vírus sincicial respiratório (maiores de 60 anos), coqueluche (não vacinados na infância) e zoster (acima de 50 anos)

– As técnicas de terapia inalatória são descritas de forma detalhada e o documento inclui a necessidade de avaliar a preferência do paciente na escolha do dispositivo ideal.

 

Limitações do Estudo


O documento de forma alguma é consensual, mas trata-se de importante ferramenta para o médico generalista e pneumologista que atende pacientes com DPOC. No entanto, ainda é um documento muito amplo e que sofre atualizações constantes, tornando difícil ser acompanhado pelo médico não especialista.

 

Profa. Cláudia Henrique da Costa, é Professora Titular de Pneumologia da Faculdade de Ciências Médicas, chefe do Departamento de Doenças do Tórax, coordenadora de ensino do Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, e procientista da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

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