Hydrocortisone in Severe Community Acquired

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 29 abr 2023

Hydrocortisone in Severe Community Acquired


Título do Estudo


Hydrocortisone in Severe Community Acquired

 

Título do Estudo em Português


Uso da hidrocortisona na pneumonia grave adquirida na comunidade

 

Fonte


This article was published on March 21, 2023, at NEJM.org. DOI: 10.1056/NEJMoa2215145.

 

Resumo do artigo


Métodos:  Estudo de fase 3, multicêntrico, duplo-cego, randomizado e controlado.

Foram incluídos adultos que haviam sido admitidos na unidade de terapia intensiva (UTI) por pneumonia adquirida na comunidade para receber hidrocortisona intravenosa (200 mg diariamente por 4 ou 8 dias, conforme determinado pela melhora clínica, seguido de redução gradual para um total de 8 ou 14 dias) ou para receber placebo. Todos os pacientes receberam terapia padrão, incluindo antibióticos e cuidados de suporte. O desfecho primário foi a morte em 28 dias.

Resultados: Um total de 800 pacientes tinham sido randomizados quando o estudo foi interrompido após a segunda análise interina planejada.

Os dados de 795 pacientes foram analisados.

Maioria eram homens (70%).  Portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica e asma totalizaram 30% dos pacientes randomizados.

Algum tipo de ventilação mecânica estava presente em 40% dos casos sendo a terapia com cânula nasal de alto fluxo a mais comum (40%).

No dia 28, a morte ocorreu em 25 de 400 pacientes (6,2%; intervalo de confiança [IC] de 95%, 3,9 a 8,6) no grupo de hidrocortisona e em 47 de 395 pacientes (11,9%;95% CI, 8,7 a 15,1) no grupo placebo (diferença absoluta, -5,6 porcentagem pontos; 95% CI, -9,6 a -1,7; P=0,006).

Entre os pacientes que não estavam em ventilação mecânica no início do estudo, a intubação endotraqueal foi realizada em 40 de 222 (18,0%) no grupo hidrocortisona e em 65 de 220 (29,5%) no grupo placebo (taxa de risco, 0,59; 95% CI, 0,40 a 0,86).

Entre os pacientes que não estavam recebendo vasopressores no início do estudo, essa terapia foi iniciada em 55 de 359 (15,3%) do grupo hidrocortisona e em 86 de 344 (25,0%) no grupo placebo (taxa de risco, 0,59; 95% CI, 0,43 a 0,82).

As frequências de infecções hospitalares e sangramento gastrointestinal foram semelhantes nos dois grupos; os pacientes do grupo hidrocortisona receberam doses diárias mais altas de insulina durante a primeira semana de tratamento.

Conclusões: Entre os pacientes com pneumonia grave adquirida na comunidade em tratamento na UTI, aqueles que receberam hidrocortisona tiveram um risco menor de morte no dia 28 do que aqueles que receberam placebos.

 

Comentários


O papel dos glicocorticoides em doentes críticos e com acometimento pulmonar vem sendo amplamente estudado e os resultados são controversos.

Nesse estudo, com resultado positivo destacam-se alguns pontos:

– apesar de pacientes sépticos terem sido excluídos, a gravidade da doença pelos escore SAPS e SOFA apontam para pacientes que poderiam ter evoluído com choque e sepse e nesse contexo não poderíamos descartar essa hipótese justificando os resultados;

– Início da hidrocortisona bem rápido- menos de 15h da admissão no hospital

– Coorte com proporção maior de mulheres (30%) que em outros estudos anteriores

 

Limitações


Observa-se uma grande quantidade de pacientes com DPOC/ asma o que poderia justificar os resultados em relação a evolução para intubação e ventilação mecânica visto que nesses doentes o uso de corticoterapia é mandatório para controle e tratamento da doença de base.

 

Dra. Paula Werneck Steimback é pneumologista, atual secretária científica da SOPTERJ 2022-2023

 

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