Inhaled liposomal ciprofloxacin in patients with non-cystic fibrosis bronchiectasis and chronic lung infection with Pseudomonas aeruginosa (ORBIT-3 and ORBIT-4): two phase 3, randomised controlled trials

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 11 maio 2019

Inhaled liposomal ciprofloxacin in patients with non-cystic fibrosis bronchiectasis and chronic lung infection with Pseudomonas aeruginosa (ORBIT-3 and ORBIT-4): two phase 3, randomised controlled trials


Título do Estudo


Inhaled liposomal ciprofloxacin in patients with non-cystic fibrosis bronchiectasis and chronic lung infection with Pseudomonas aeruginosa (ORBIT-3 and ORBIT-4): two phase 3, randomised controlled trials

 

Fonte


Lancet Respiratory Medicine. 2019 Mar;7(3):213-226.

 

Desenho do Estudo


– O artigo faz uma análise dos resultados de dois estudos com metodologias semelhantes (ORBIT-3 e ORBIT-4). São trabalhos multicêntricos (108 países), randomizados, duplo-cego, placebo controlado de fase 3. Esta análise apresentou como objetivo principal o impacto do uso de ciprofloxacina inalatória em pacientes portadores de bronquiectasias não fibrose cística quanto às exacerbações infecciosas.

– Foram avaliados 1.047 pacientes com idade igual ou superior aos 18 anos de idade, portadores de bronquiectasias não fibrose cística. Após submeter os critérios de exclusão foram inseridos 290 pacientes (ORBIT-3) e 308 pacientes (ORBIT-4), totalizando 598 pacientes. Todos os pacientes inseridos no estudo apresentaram pelo menos duas exacerbações infecciosas com necessidade do uso de antibióticos nos últimos 12 meses e eram colonizados cronicamente por Pseudomonas aeruginosa (PA).

– Os pacientes foram randomizados (2:1) em dois grupos. O grupo 1 recebia a combinação ARD-3150 (3ml ciprofloxacina lipossomal 135mg + 3 ml de solução com ciprofloxacina livre, 56mg). O grupo 2 (placebo) recebeu 6ml de solução salina 0,9%. As embalagens eram idênticas. As substâncias eram administradas uma vez ao dia durante 6 ciclos de tratamento de 56 dias (intercalados 28 dias de antibiótico inalatório, seguido de mais 28 dias sem o uso de antibiótico inalatório), por 48 semanas.

– O desfecho primário foi o tempo para a primeira exacerbação pulmonar a partir da data de randomização até a semana 48. Dentre os desfechos secundários, foi analisado o número e a gravidade das exacerbações no período.

 

Mensagens do Artigo


– No ORBIT-4, a mediana de tempo para a primeira exacerbação foi de 230 dias para o grupo 1 (grupo ARD-3150) e 158 dias para o grupo placebo, com uma significância estatística de 72 dias (RR 0,72 [95% CI 0,53–0,97], p=0,032).

– No ORBIT-3, a mediana de tempo para a primeira exacerbação foi de 214 dias para o grupo 1 (grupo ARD-3150) e 136 dias para o grupo placebo, não ocorrendo uma diferença estatística significativa de 78 dias (RR 0,99 [95% CI 0,71–1,38], p=0,97).

– Em uma análise combinada de dados (ORBIT-3 e ORBIT-4), a mediana de tempo para a primeira exacerbação foi de 222 dias para o grupo 1 (grupo ARD-3150) e 157 dias para o grupo placebo, não ocorrendo uma diferença estatística significativa de 65 dias (RR 0,82 [95% CI 0,65–1,02], p=0,074).

– A inconsistência dos achados entre os dois estudos necessita de novas pesquisas objetivando resultados mais consistentes.

 

Limitações do Estudo


– Não há clareza quanto ao método utilizado para excluir o diagnóstico de fibrose cística (FC) nesta amostra. Há um trecho no artigo que relata apenas que “as imagens tomográficas não foram compatíveis com FC”.

– Não há relato sobre o critério utilizado para estabelecer os pacientes colonizados cronicamente por Pseudomonas aeruginosa.

– Não há informações no artigo sobre medidas de controle da adesão dos pacientes quanto aos tratamentos adicionais, como uso de outros antibióticos, corticosteróides, broncodilatadores, mucolíticos, além de fisioterapia respiratória.

 

Prof. Marcos César Santos de Castro

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