Interaction of BMI and respiratory status in obstructive sleep apnea, a cross-sectional COPD study (2023)

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 8 jul 2024

Interaction of BMI and respiratory status in obstructive sleep apnea, a cross-sectional COPD study (2023)


Título do Estudo


Interaction of BMI and respiratory status in obstructive sleep apnea, a cross-sectional COPD study (2023)

Interação do IMC e do estado funcional respiratório na apneiaobstrutiva do sono, um estudo transversal sobre DPOC

 

Fonte


Primary CareRespiratory Medicine – www.nature.com/npjpcrm

 

Introdução


A Síndrome de Overlap (sobreposição) é um termo cunhado para a existência associada de DPOC e AOS, cuja prevalência é estimada em 1-3% da população geral e > 60% entre pacientes com DPOC. Essa coexistência aumenta o número de exacerbações da DPOC, da hipertensão pulmonar e de mortes.

Um estudo recente (Zhu et al.) apontou uma correlação negativa entre o índice de apneia/hipopneia (AIH) e a limitação do fluxo aéreo. Os mecanismos da interação não estão totalmente definidos, embora se saiba que a hiperinsuflação pulmonar, por manter uma traqueia estirada, é um fator protetivo contra a ocorrência de apneias e hipopneias. O índice de massa corporal, no entanto, tem no seu crescimento uma correlação positiva com o IAH, mas quando falamos em DPOC temos que lembrar da caquexia desses pacientes com forte perda da massa muscular, portanto os fatores que explicariam o aumento de prevalência de AOS entre os pacientes com DPOC são bastante complexos.

O objetivo deste estudo é determinar se a limitação do fluxo aéreo e/ouhiperinsuflação e o estado nutricional, estão associados com aumentoou diminuição do número de apneias e hipopneias, usando monitores portáteis do tipo 3.

 

Métodos


Estudo conduzido pela Universidade de Keio e pelo Hospital Nihon Kokan no Japão. Os critérios de inclusão foram: 1- idade > 40 anos; 2- carga tabágica ≥ 10 maços/ano; 3- VEF1/CVF pós-BD < 70%. Os critérios de exclusão foram: 1- presença de doenças sistêmica severas como neoplasias, cardiopatias e acidentes vasculares encefálicos; 2- exacerbações ou mudanças de medicamentos em menos de três meses antes da pesquisa; 3- prescrição de oxigenioterapia.

Os 136 pacientes selecionados foram submetidos à consultas com preenchimento de questionários, realização de exames funcionais respiratórios como espirometrias e diluição com hélio (determinação do volume residual) e poligrafia do tipo 3, portanto usando o índice de eventos respiratórios (IER).

Compararam os dados entre três ou mais grupos usando as equações de Kruskall-Wallis e Steel-Dwass. As correlações entre as variáveis contínuas foram analisadas usando-se o Coeficiente de Correlação de Pearson. Curvas ROC foram utilizadas para análise das áreas abaixo da curva (AUC), com valores discriminatórios determinados de índice de Youden.

 

Resultados


A idade média da amostra foi de 72,8 ± 7,8 anos. A estratificação funcional pelo GOLD mostrou 28,7%, 43,4%, 25,0% e 2,9% para os grupos 1,2,3 e 4 respectivamente. A média de IER foi de 12,8/h, com 22,8% (IER<5/h), 47,1% (IER >5/h <15/h), 22,8% (IER > 15/h <30/h) e 7,4% (IER >30/h). Das características clínicas só o IMC se mostrou diferente entre as graduações de gravidade pelo IER (p= 0,022).

O IER diminui significativamente com o aumento da severidade da DPOC (p= 0,001), apresentando uma correlaçãoentre o VEF1 e o IER (r= 0,33, p=0,001). Já parâmetros relacionados à hiperinsuflação (Volume Residual/Capacidade Pulmonar total) apresentam uma correlação negativa com o IER (r= -0,27, p=0,003).

O IMC (r=0,24 p=0,005) e o índice de massa magra (r=0,32 p=0,005) apresentaram uma correlação positiva com IER.

O gráfico acima resume bem a interação entre o VEF1 e o IMC com o IER.

Conclusões


A correlação inversa entre a existência de hiperinsuflação e o VEF1 diminuindo o IER parece oferecer suporte à teoria de que a tração traqueal diminui a colapsabilidade das vias aéreas superiores.

 

Limitações e mensagens do artigo


Estudo realizado com um bom desenho metodológico, eficaz no estabelecimento de suas conclusões. Faço uma crítica apenas na valorização de índices de Pearson não tão fortes (r> 0,5 ou <-0,5), embora significantes.

Esse estudo mostrou a não inferioridade do benralizumabe em relação ao mepolizumabe para a obtenção de remissão com GEPA recidivante ou refratária que estavam recebendo tratamento padrão.

 

Md. Phd. Júlio Cezar Rodrigues Filho, médico especialista em Pneumologia e Medicina do Sono, Professor de Pneumologia da UNIRIO.

 

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