Lower or Higher Oxygenation Targets for Acute Hypoxemic Respiratory Failure

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 1 maio 2021

Lower or Higher Oxygenation Targets for Acute Hypoxemic Respiratory Failure


Título do Estudo


Lower or Higher Oxygenation Targets for Acute Hypoxemic Respiratory Failure

 

Fonte


N Engl J Med 2021;384:1301-11.

 

Resumo do Estudo


O Oxigênio é um componente vital para o tratamento da insuficiência respiratória hipoxêmica em UTI. O alvo da PaO2 a ser perseguido, entretanto, não é claramente estabelecido. Esta publicação testou a hipótese de que o uso de um alvo menor de PaO2 resultaria em menor mortalidade em 90 dias do que o de um alvo mais elevado. Os desfechos secundários considerados neste período foram ocorrência de efeitos adversos graves, dias de sobrevida sem suporte vital e dias de sobrevida após a alta.

Trata-se de um estudo randomizado, multicêntrico, desenvolvido na Dinamarca, Suíça, Finlândia, Holanda, Reino Unido e Islândia que contabilizou, de junho de 2017 a agosto de 2020, 2928 pacientes adultos com até 12 horas de admissão em UTI e necessitando de O2 suplementar em fluxo de pelo menos 10 L/minuto em ventilação espontânea ou FiO2 > 0,5 em ventilação mecânica. Os doentes foram divididos em dois grupos, 1462 com alvo de PaO2 de 60 mmHg e 1466 com alvo de 90 mmHg. A distribuição das características epidemiológicas, de doenças coexistentes, de doenças agudas e de condições clínicas foi semelhante entre eles. A PaO2 média observada foi de 70.8 mmHg no primeiro grupo e de 93,3 mmHg no segundo.

Após 90 dias da randomização, a mortalidade não foi significativamente diferente entre os grupos (razão de risco ajustada 1, 02; intervalo de confiança 95%, p=0,64). Os desfechos secundários também não mostraram diferenças significativas mesmo na ocorrência de isquemia intestinal, resultado, neste particular, diverso do sugerido em estudo anterior com número 14 vezes menor de participantes.

 

Conclusão


Os autores concluem que a utilização de um alvo menor de PaO2 não reduziu a mortalidade em 90 dias nos pacientes internados em UTI com insuficiência respiratória hipoxêmica. Também não observaram, neste período, redução da necessidade de medidas de suporte de vida, da ocorrência de efeitos adversos nem aumento da sobrevida após a alta. Apontam como limitação a variedade de instituições envolvidas e de protocolos de tratamento utilizados exceto para oxigenação.

O estudo demonstrou não haver diferença significativa na mortalidade e morbidade do uso de um alvo mais baixo de PaO2 em comparação com o de um mais alto no tratamento da insuficiência respiratória hipoxêmica em pacientes internados em UTI.

Em tempos de pandemia de Covid-19 com tantos casos de falência respiratória e carência de oxigênio em algumas regiões do país, essa evidência fornece uma base racional para o uso conservador do insumo nestas situações, trazendo economia e possibilidade de mais pessoas o terem disponível quando necessário.

 

Dr Valmir Sangalli Lucas

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