Publicado em 6 maio 2022
Mycobacterium tuberculosis and SARS-CoV-2 Coinfections: A Review
Título do Estudo
Mycobacterium tuberculosis and SARS-CoV-2 Coinfections: A Review
Fonte
Bostanghadiri N, Jazi FM; Razavi S, Fattorini L and ;Darban-Sarokhalil D (2022). Mycobacterium tuberculosis and SARS-CoV-2 Coinfections: A Review. Front. Microbiol. 12:747827. doi: 10.3389/fmicb.2021.747827
Estudo
Este estudo realizou uma revisão da literatura atual para avaliar a taxa de coinfecções por Mycobacterium tuberculosis e síndrome respiratória aguda grave por SARS COV-2 e as interações entre esses agentes infecciosos.
Métodos
Várias bases de dados foram pesquisadas buscando por artigos originais abordando tuberculose (TB) e COVID-19 publicados de dezembro de 2019 a abril de 2021, incluindo Web of Science, Scopus e MEDLINE (PubMed).
Resultados
Dos 3.879 artigos encontrados, 57 artigos foram incluídos neste estudo, e entre 106.033 pacientes acometidos por COVID-19, 891 também tinham TB. No geral, os pesquisadores encontraram um aumento consistente na proteína C reativa, D-dímero (especialmente em pacientes com manifestação clínica grave), VHS, lactato desidrogenase, alanina aminotransferase e linfopenia. Os sintomas respiratórios dos pacientes com TB/COVID-19 foram semelhantes aos dos pacientes com TB, mas o risco de desenvolver TB pulmonar mostrou-se maior nos pacientes com COVID-19. Além disso, a taxa de mortalidade em pacientes com TB/COVID-19 foi maior do que em pacientes afetados apenas por COVID-19 ou TB.
Conclusão
Alguns relatos indicaram piora dos sintomas respiratórios e até ativação de TB latente após COVID-19 ou vice-versa. Parece que tanto a TB ativa quanto a previamente tratada constituíram um fator de risco para COVID-19 em termos de gravidade e mortalidade, independente de outras doenças subjacentes e do estado do paciente. Este estudo recomendou que os sistemas de saúde não devem negligenciar a TB durante esta era da pandemia de COVID-19 em andamento, estabelecendo algoritmos apropriados de diagnóstico e gerenciamento clínico.
Limitações
Quase todos os estudos incluídos eram investigações retrospectivas observacionais e tinham várias limitações. Alguns dos estudos primários apresentaram baixa qualidade metodológica e nível de evidência, sendo a mais importante o pequeno tamanho da amostra. Além disso, em alguns casos, faltavam critérios precisos de inclusão e exclusão. Histórias pessoais de pacientes e detalhes sobre o envolvimento de outros órgãos não estavam disponíveis. Alterações nos resultados laboratoriais como perfil bioquímico, marcadores inflamatórios e de coagulação na coinfecção não foram estudados neste grupo de pacientes. Detalhes do tratamento, como razões para a escolha do medicamento; dose, duração e efeitos colaterais; e interações medicamentosas para tratamento desse subgrupo de pacientes não foram relatadas em muitos estudos. Além disso, existem dados limitados sobre o risco de doença grave ou desfechos em pacientes com a concomitância de TB e COVID-19. Com base nessas restrições, os pesquisadores são aconselhados a investigar essas questões em suas pesquisas futuras.
Dr. Jorge Pio
