Nonpharmacologic Therapies in Patients with Exacerbation of Chronic Obstructive Pulmonary Disease: A Systematic Review With Meta-Analysis

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 27 nov 2022

Nonpharmacologic Therapies in Patients with Exacerbation of Chronic Obstructive Pulmonary Disease: A Systematic Review With Meta-Analysis


Título do Estudo


Nonpharmacologic Therapies in Patients with Exacerbation of Chronic Obstructive Pulmonary Disease: A Systematic Review With Meta-Analysis

 

Fonte / Citação


Dobler CC, Morrow AS, Farah MH, Beuschel B, Majzoub AM, Wilson ME, Hasan B, Seisa MO, Daraz L, Prokop LJ, Murad MH, Wang Z. Nonpharmacologic Therapies in Patients With Exacerbation of Chronic Obstructive Pulmonary Disease: A Systematic Review With Meta-Analysis. Mayo Clin Proc. 2020 Jun;95(6):1169-1183. doi: 10.1016/j.mayocp.2020.01.018.

 

Introdução e objetivo do estudo


A exacerbação da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é a principal causa de aumento da mortalidade e morbidade destes pacientes. Antibióticos, corticosteroides sistêmicos e broncodilatadores são os pilares do tratamento das exacerbações da DPOC, mas as intervenções não farmacológicas também desempenham um papel nesse cenário. Há uma preocupação crescente sobre o quanto à titulação cuidadosa da oxigenoterapia em uma crise aguda pode ser benéfica, não somente para pacientes com insuficiência respiratória hipercápnica, mas para os pacientes com DPOC em geral.  As técnicas de fisioterapia respiratória e reabilitação pulmonar são frequentemente utilizadas para facilitar a remoção de secreção pulmonar e melhorar o condicionamento físico. Durante uma exacerbação, fatores como perda de apetite e ingestão dietética reduzida, inatividade física, inflamação, hipoxemia e o uso de corticosteroides sistêmicos pode induzir ou acelerar a perda de peso e muscular. Assim, a avaliação e terapia nutricional são recomendadas. Outras intervenções não farmacológicas, como treinamento de vibração de corpo inteiro e estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) foram recentemente consideradas para o tratamento durante as exacerbações da DPOC.

O objetivo desta revisão sistemática foi avaliar o impacto de intervenções não farmacológicas em comparação com os cuidados habituais em desfechos de saúde em indivíduos com exacerbação da DPOC.

 

Desenho do estudo


Foram pesquisadas as bases de dados Embase, MEDLINE, Cochrane, Scopus e Clinicaltrials.gov desde o início do banco de dados até 2 de janeiro de 2019, para ensaios clínicos randomizados incluindo adultos com exacerbação da DPOC e com avaliação do efeito das intervenções não farmacológicas nos resultados clínicos e/ou na função pulmonar.

 

Resultados


Foram incluídos 30 ensaios clínicos randomizados com 2.643 participantes. A melhora na distância do teste de caminhada de 6 minutos foi associada ao treinamento de resistência (diferença média ponderada [DMP], 74,42; IC 95%, 46,85 a 101,99), reabilitação pulmonar (DMP, 20,02; IC 95%, 12,06 a 28,67), vibração de corpo inteiro (DMP, 89,42; 95% CI, 45,18 a 133,66) e estimulação elétrica nervosa transcutânea (DMP, 64,54; 95% CI, 53,76 a 75,32). A melhora na qualidade de vida foi associada ao treinamento de resistência (DMP, 18,7; 95% CI, 5,06 a 32,34), técnica de respiração combinada e exercícios de amplitude de movimento (DMP, 14,89; 95% CI, 5,30 a 24,50), vibração de corpo inteiro ( DMP, -12,02; 95% CI, -21,41 a -2,63) e vitamina D intramuscular (DMP, -4,67; 95% CI, -6,00 a -3,35 no acompanhamento mais longo). A titulação de oxigênio com uma faixa de saturação de oxigênio alvo de 88% a 92% foi associada à redução da mortalidade em comparação com altas concentrações de oxigênio (odds ratio, 0,36; 95% CI, 0,14 a 0,88). Todos os resultados foram baseados em baixa força de evidência.

 

Discussão e Conclusão


Em pacientes hospitalizados por exacerbação da DPOC, intervenções com exercícios e programas de reabilitação podem melhorar o declínio funcional. Todos os estudos nessa revisão incluíram pacientes com DPOC moderada a grave, assim, os resultados não podem ser generalizados para pacientes de menor gravidade. Em geral os estudos apresentaram alto risco de viés e muitos possuíam pequeno tamanho amostral, o que pode ter aumentado o erro tipo II. Dessa forma, as opções de tratamento vibração de corpo inteiro, TENS e vitamina D, que mostraram melhores resultados funcionais e na qualidade de vida, respectivamente, devem ser avaliados em grandes ensaios clínicos randomizados para gerar recomendações sobre esses tratamentos. O oxigênio deve ser titulado com um alvo de saturação de oxigênio entre 88% e 92% nesses pacientes.

 

Prof. Fernando Guimarães
Universidade Federal do Rio de Janeiro

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