O que sabemos sobre segurança da vacina contra a Covid para as crianças?

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 27 jan 2022

O que sabemos sobre segurança da vacina contra a Covid para as crianças?


A Dra. Ana Alice Parente, coordenadora do Departamento de Pneumologia Pediátrica da SOPTERJ, analisa as evidências que atestam a segurança das vacinas aprovadas para Covid nas crianças e adolescentes. Leia aqui.

Vacinas contra a COVID-19 e retorno às aulas na Pediatria

O boletim liberado pela Fiocruz mostrou que 2917 crianças, de 5 a 11 anos, foram hospitalizadas de Janeiro a Novembro de 2021, sendo que 25% necessitaram de UTI. No período, 4,97% vieram a óbito. A ANVISA, no comunicado de 16/12/2021 aprovou a vacina da Pfizer/BioNTech para crianças de 5 a 11 anos.

Documento e manifesto da Sociedade Brasileira de Pediatria enfatiza que a vacina é eficaz e segura, podendo reduzir a SRAG associada a COVID, a SIM-P e a COVID longa, além de poder reduzir o risco de óbitos. Em paralelo, o Estudo Vacina Kids, a partir de inquérito on-line, realizado entre 14/11 e 17/12/21, com 15.297 participantes mostrou que mais de 80% desejavam vacinar seus filhos. O Ministério da Saúde decidiu pela não necessidade de prescrição médica e pela não obrigatoriedade da vacina. O CDC, Centros de Controle e Prevenção de Doenças nos EUA, comunicou que estudo sobre eventos adversos no uso de vacinas contra a COVID-19 na Pediatria, demonstrou que mais de 98% não foram sérios. E entre os 2% de eventos adversos sérios, os sintomas foram: febre, cefaleia, vômitos, fadiga e inapetência. O Departamento de Cardiopatia Congênita e Cardiologia Pediátrica divulgou nota alertando que o risco de se desenvolver miocardite durante a COVID-19 pode ser até 20 vezes maior que o risco de miocardite após o uso da vacina. A Sociedade de Pediatria de Pernambuco (SOCEPE) explicou que o Brasil e o Canadá optaram pelo intervalo de 8 semanas, ao invés de 21 dias, como nos EUA, visando reduzir ainda mais o ínfimo risco de miocardite pela vacina. A ASBAI, Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, divulgou nota certificando que não foram identificados relatos de casos de anafilaxia em pacientes de 5 a 11 anos que receberam a vacina Pfizer contra a COVID-19, nos países que já iniciaram a imunização nesta faixa etária, e que a vacina traz a possibilidade de redução da transmissão, com possível benefício para o grupo cuja resposta vacinal pode não ocorrer de modo eficiente, como os imunocomprometidos. Em 20/02/22, a ANVISA também autorizou o uso da vacina CORONAVAC contra a COVID-19 em crianças e adolescentes, de 6 a 17 anos de idade no Brasil, duas doses com 28 dias de intervalo, com restrição de aplicação em imunocomprometidos dessa faixa etária.

Por fim, a NOTA TÉCNICA CONJUNTA da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro e Sociedade de Pediatria do Estado de São Paulo, em acordo com a UNICEF e a agência da ONU, reforça a importância do retorno às aulas presenciais, e salienta pontos chaves para uma escola mais segura. São eles: a comunicação com as famílias, professores e outros colaboradores, realçando a importância da vacinação de adultos, crianças e adolescentes; o uso adequado de máscaras; o papel do distanciamento social; as orientações sobre sintomas sugestivos, contactante próximo e protocolos de isolamentos ou quarentenas; a recomendação de não frequentar a escola com sintomas, mesmo que leves, e a necessidade da comunicação à escola, nesses casos.

Apesar do desejo de mantermos as escolas abertas, a NT esclarece que estas devem estar preparadas para eventuais aulas online, principalmente nas situações de surtos.

Ana Alice Parente

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