Publicado em 6 abr 2022
Ômicron: nova subvariante XE não é motivo de preocupação
O Globo: Recombinação entre sublinhagens BA.1 e BA.2 tem indícios de ser mais transmissível, mas não é considerada ainda uma variante de preocupação.
RIO — Além da “Deltacron” – que mistura as variantes Delta e Ômicron do vírus causador da Covid-19 –, uma nova recombinação genética tem chamado a atenção das autoridades de saúde. Resultado de uma mistura entre as sublinhagens BA.1 e BA.2 da Ômicron, predominantes hoje no mundo, a subvariante que ficou conhecida como XE aparenta ser mais transmissível, mas ainda não é encarada como de preocupação pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Além disso, os dados iniciais não indicaram aumento na gravidade da infecção.
— Nenhuma das recombinantes em observação atualmente é considerada ainda uma variante de preocupação. Elas estão sendo monitoradas e já estão circulando há alguns meses. Mesmo que elas tenham alguma peculiaridade, se elas não conseguirem se sobrepor à BA.2, elas vão acabar desaparecendo. Mas esses dados precisam ser observados — explica o geneticista Salmo Raskin, diretor do Laboratório Genetika, de Curitiba.
O que é uma recombinação?
Uma variante de recombinação surge quando uma mesma pessoa é infectada simultaneamente por duas cepas diferentes, ou duas sublinhagens da mesma variante, que misturam seu material genético dentro do organismo do paciente. É um processo comum entre os vírus, que já aconteceu outras vezes durante a pandemia.
“As variantes recombinantes não são uma ocorrência incomum, principalmente quando existem várias variantes em circulação, e várias foram identificadas ao longo da pandemia até o momento”, disse a consultora médica chefe da Agência de Segurança de Saúde do país (UKHSA), Susan Hopkins, em comunicado.
Quando a XE foi descoberta?
A combinação entre as sublinhagens BA.1, conhecida como a Ômicron original, e a BA.2 resultou na chamada subvariante XE, detectada pela primeira vez no dia 19 de janeiro deste ano no Reino Unido.