Publicado em 16 fev 2019
Phase 2b Controlled Trial of M72/AS01E Vaccine to Prevent Tuberculosis
Título do Estudo
Phase 2b Controlled Trial of M72/AS01E Vaccine to Prevent Tuberculosis
Fonte
New England Journal of Medicine 2018; 379: 1621-34.
Desenho do Estudo
Estudo multicêntrico (Quênia, África do Sul e Zâmbia), duplo cego e randomizado para avaliar a eficácia e a segurança do uso da vacina M72/AS01E para prevenção de tuberculose pulmonar (TB). Os critérios de elegibilidade foram: idade 18-50 anos, hígidos ou com comorbidades crônicas estáveis, HIV negativo, ausência de sintomas, QuantiFERON-Gold in Tube positivo (infecção latente), e PCR-Mtb negativo no escarro. Os participantes receberam placebo ou vacina (duas doses com um mês de intervalo), com proposta de acompanhamento por 3 anos. Este artigo descreve a análise primária após um período inicial de 2 anos de acompanhamento. A eficácia da vacina foi analisada através de análises de sobrevida [modelos de regressão de Cox com cálculo de hazard ratio (HR)] sendo o objetivo principal alcançado, caso o limite inferior do intervalo de confiança (IC) da HR para o desenvolvimento de TB ativa fosse > 0%.
10/1623 no grupo da vacina e 22/1660 no grupo placebo desenvolveram TB pulmonar ativa. A eficácia total da vacina foi de 57% (IC 95% 9,7-79,5%; p = 0,03). A imunogenicidade, mensurada através de anticorpos IgG contra o Ag M72, foi de 100%.
Nenhum óbito foi atribuído ao ensaio clínico. A ocorrência de eventos adversos graves foi semelhante nos dois grupos. Um maior percentual de reações adversas menores (dor e /ou inflamação no local da aplicação, febre, mal-estar, cefaleia, mialgia) foi reportado no grupo da vacina (67,4% vs 45,4%).
Mensagens do Artigo
A vacina M72/AS01E conferiu 57% de proteção contra a TB pulmonar ativa no grupo estudado de forma segura, sem causar óbitos ou eventos adversos graves.
Limitações do Estudo
O uso prévio de BCG e infecção TB latente podem ter influenciado na eficácia da vacina. Apesar do uso de PCR-Mtb negativo como critério de elegibilidade, alguns casos PCR falso-negativos com TB ativa, em fase precoce da doença, podem ter sido incluídos.
Dra. Ana Paula Santos