Publicado em 18 jun 2022
Positive association between outdoor air pollution and the incidence and severity of COVID-19. A review of the recent scientific evidences
Título do Estudo
Positive association between outdoor air pollution and the incidence and severity of COVID-19. A review of the recent scientific evidences
Fonte
Montse Marquès; José L.Domingo. Environmental Research. Volume 203, January 2022, 111930.
Introdução
Trata-se de estudo de revisão sobre a relação etre poluentes do ar e a infecção por SARS-CoV-2. Inúmeras evidências científicas associam a poluição do ar à ocorrência de uma série de doenças cardiovasculares e respiratórias, incluindo doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma e alguns tipos de câncer, estando também associada à transmissão de doenças infecciosas. Em relação aos vírus especificamente, a poluição do ar, que é considerada uma mistura de uma série de produtos químicos como CO, NOx, O3, enxofre SOx, materiais particulados (PM2,5; PM10, especialmente) e compostos orgânicos voláteis (VOCs), pode aumentar as infecções respiratórias, podendo ser devido ao prolongamento da transmissão dos vírus por aerossol e também por aumentar a capacidade dos vírus de invadir as células epiteliais das vias aéreas. Além disso, a poluição do ar também pode agravar os sintomas respiratórios, inibindo a expressão dos principais mediadores inflamatórios. Nos últimos meses, vários estudos destacaram a importância dos poluentes do ar na transmissibilidade do COVID-19, sugerindo possíveis mecanismos que explicariam essa conexão.
Conclusão
Com base nos resultados da maioria dos estudos revisados, publicados nos últimos 12 a 14 meses, podemos concluir que existe uma associação significativa entre a exposição crônica a poluentes do ar: PM2,5, PM10, O3, NO2, SO2 e CO, e a incidência/risco de casos de COVID-19 e a gravidade/mortalidade da doença. Os resultados são especialmente evidentes para PM, e particularmente para PM2,5, mas a influência de O3, NO2, CO e mesmo SO2 não é desprezível.
Limitações do Estudo
É muito difícil padronizar estudos de poluição do ar realizados em diferentes locais com condições climáticas diversas. Embora os estudos mostrem relação entre poluição do ar e a incidência/risco e a gravidade/mortalidade de doença, os mecanismos fisiopatogênicos não são conhecidos.
Dra Patricia Canto Ribeiro
Coordenadora da Comissão de Doenças Ambientais e Ocupacionais