Prevalence, Diagnostic Utility and Associated Characteristics of Bronchodilator Responsiveness

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 16 mar 2024

Prevalence, Diagnostic Utility and Associated Characteristics of Bronchodilator Responsiveness


Título do Estudo


Prevalence, Diagnostic Utility and Associated Characteristics of Bronchodilator Responsiveness

 

Fonte


Beasley, Richard, et al. “Prevalence, diagnostic utility and associated characteristics of bronchodilator responsiveness.” American journal of respiratory and critical care medicine 2024 Feb 15; 209(4): 390–401.Published online 2023 Nov 29. doi: 10.1164/rccm.202308-1436OC (2023).

 

Introdução


Tradicionalmente, uma resposta broncodilatadora positiva (RBP) é considerada diagnóstica de asma apesar de também ser observada em alguns pacientes com DPOC. A diferenciação entre estas doenças é importante devido ao manejo terapêutico distinto. De acordo com as recomendações da ATS/ERS de 2005, RBP era definida como um aumento no VEF1 ou na CVF de ≥12% e ≥200ml em relação à fase pré broncodilatação (BD). As novas diretrizes da ATS/ERS publicadas em 2021 definem RBP como aumento >10% no VEF1 ou na CVF em relação ao valor predito. Não se sabe se as novas definições são capazes de diferenciar de forma mais adequada asma e DPOC. O objetivo deste estudo foi comparar a prevalência, a utilidade diagnóstica e as características clínicas associadas a uma RBP em pacientes com diagnóstico de asma, asma e DPOC ou DPOC.

 

Métodos


Foram analisados dados de participantes do estudo NOVELTY, uma coorte prospectiva que incluiu pacientes com diagnóstico (estabelecido pelo médico assistente) de asma e/ou DPOC acima de 12 anos de 18 países. Nos pacientes incluídos, medicamentos broncodilatadores foram suspensos até 24h antes de acordo com o tempo de ação, espirometria basal foi realizada e repetida 15-30 minutos após inalação de broncodilatador de curta ação (salbutamol ou terbutalina). Os valores preditos de VEF1 e CVF foram derivados das equações de referência do Global Lung Function Initiative (GLI).

 

Resultados


Incluídos 6788 pacientes, sendo 3519 com diagnóstico de asma, 833 com asma e DPOC e 2436 com DPOC. Usando os critérios da ATS/ERS 2005, 19,7% de pacientes asmáticos, 29,6% dos pacientes com asma e DPOC e 24,7% dos pacientes com DPOC tinham RBP. Com os critérios de 2021, as prevalências foram menores: 18,1%, 23,3% e 18% respectivamente. Usando o critério de aumento isolado de VEF1 >10% do predito, a proporção de RBP foi menor em pacientes com DPOC, enquanto usando o aumento isolado de CVF >10% do predito, a proporção de RBP foi menor em pacientes com asma.

Independente do critério usado, em pacientes com asma e asma + DPOC, a proporção de pacientes com RBP foi maior com maior gravidade de doença avaliada pelo médico assistente. Também foi maior com menores valores de VEF1 préBD.

Pelos critérios da ATS/ERS 2005 a sensibilidade foi de 55% e especificidade de 30% para diferenciar asma de DPOC enquanto pelos critérios de 2021 a sensibilidade foi menor (19%) e a especificidade maior (80%). O critério: aumento ≥15% e ≥400ml no VEF1 foi o que teve a maior sensibilidade para diferenciar as doenças (80%).

Em pacientes com asma, uma RBP (usando critérios de 2021) foi associada a pior função pós-BD, maiores níveis de FENO, sintomas respiratórios piores, maior probabilidade de exacerbação com necessidade de internação nos 12 meses anteriores e maior proporção de tratamento com terapia tripla, corticoide oral ou imunobiológicos.

Em pacientes com DPOC, uma RBP (usando os critérios de 2021) foi associada a um pior grau de obstrução e pior status de saúde avaliado pelo Saint George Respiratory Questionnaire.

Uma RBP, usando os critérios de 2005, foi adicionalmente associada a maior probabilidade de ter uma ou mais exacerbações moderadas a graves no ano subsequente (OR 1,19; IC95% 1,02-1,37), o que não foi observado usando os critérios de 2021 (OR 1,04; IC95% 0,88-1,22).

 

Discussão e Conclusões


A prevalência de RBP foi menor utilizando as novas definições da ATS/ERS de 2021. Nenhum dos critérios de resposta a BD teve bom poder discriminatório entre os diagnósticos de asma e DPOC, sendo este maior quando maior a resposta a broncodilatação. Uma RBP foi associada à pior função pulmonar e maior carga de sintomas. Os critérios de 2005 tiveram maior valor em predizer exacerbações futuras no atual estudo. Os autores sugerem que a prova broncodilatadora não seja utilizada como uma ferramenta diagnóstica e como critério de inclusão obrigatório em estudos sobre asma, mas que seja utilizada como um traço tratável no manejo clínico de pacientes com doença crônica de vias aéreas.

 

Limitações


Os diagnósticos de asma e DPOC foram determinados pelo médico assistente e não por critérios pré-estabelecidos. Além disso, os pacientes incluídos tinham a doença há mais de 7 anos em média e já vinham em uso de tratamento. Desta forma os dados não são generalizáveis para o momento do diagnóstico. Outra limitação foi que as avaliações funcionais foram realizadas em um único momento, não considerando a possibilidade de variabilidade diária da resposta broncodilatadora.

 

Nina Rocha Godinho dos Reis Visconti, Médica pneumologista do Instituto de Doenças do Tórax/ UFRJ

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