Probable usual interstitial pneumonia pattern on chest CT: is it sufficient for a diagnosis of idiopathic pulmonary fibrosis?

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 23 maio 2020

Probable usual interstitial pneumonia pattern on chest CT: is it sufficient for a diagnosis of idiopathic pulmonary fibrosis?


Título do Estudo


Probable usual interstitial pneumonia pattern on chest CT: is it sufficient for a diagnosis of idiopathic pulmonary fibrosis?

 

Fonte


Eur Respir J 2020; 55: 1802465.

 

Resumo


Estudos recentes sugeriram que em pacientes com pneumonia intersticial idiopática (PII), um padrão provável de pneumonia intersticial usual (PIU) na tomografia computadorizada de tórax (TC) é suficiente para diagnosticar fibrose pulmonar idiopática (FPI) sem histopatologia.

Comparamos retrospectivamente o prognóstico e tempo para a primeira exacerbação aguda (EA) em pacientes com PII com PIU e provável padrão de PIU na TC inicial do tórax. Foram identificados 160 pacientes IIP com padrão de PIU e 242 com provável padrão de PIU.

O padrão de provável PIU foi associado independentemente ao maior tempo de sobrevida (taxa de risco ajustada 0,713, IC 95% 0,536-0,950; p = 0,021) e tempo para a primeira EA (razão de risco ajustada 0,580, IC 95% 0,389-0,866; p = 0,008).

Nos indivíduos com padrão de provável PIU que foram submetidos à biópsia cirúrgica do pulmão, a probabilidade de um padrão histopatológico de PIU foi de 83%. Após discussão multidisciplinar e inclusão do comportamento longitudinal, o diagnóstico de FPI foi realizado em 66% dos casos.

Nos pacientes com FPI, o tempo de sobrevida e o tempo para a primeira EA não foram associados ao padrão da TC. Entre os indivíduos com padrão de provável PIU, comparado aos pacientes sem FPI, o tempo de sobrevida e o tempo até a primeira EA foram menores nos pacientes com FPI.

Concluindo, os pacientes com PII com padrão de provável PIU na TC inicial do tórax apresentaram melhor prognóstico e maior tempo para a primeira AE do que aqueles com um padrão PIU. No entanto, quando os dados basais e o comportamento longitudinal forneceram um diagnóstico final da FPI, o padrão da TC não foi associado a esses resultados. Isso sugere heterogeneidade diagnóstica entre pacientes com provável padrão de PIU.

 

Limitações do Estudo


1) O estudo foi retrospectivo e em um único centro no Japão sem regime de tratamento padronizado; e

2) A discussão multidisciplinar incorporou o comportamento da doença durante o seguimento subsequente, o que não estava disponível no momento inicial, quando da biópsia cirúrgica.

 

Conclusão


A ampla utilização do padrão tomográfico de provável PIU no diagnóstico da fibrose pulmonar idiopática, sem uma análise multidisciplinar em centro de referência, pode resultar em prejuízos aos pacientes e aumentar o ônus ao sistema de saúde, uma vez que a maior parte dos tratamentos vem sendo aplicados por judicialização.

Ao abordar, sem a equipe multiprofissional, casos não enquadrados dentro dos parâmetros clínicos, epidemiológicos e tomográficos bem caracterizados, poderemos incorrer no erro de tratarmos com abordagem secundárias – tratamento antifibrótico, doenças de melhor prognóstico, em detrimento de seus tratamentos eficazes: afastamento do antígeno na pneumonia de hipersensibilidade.

 

Dr Célio de Barros Barbosa

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