Rationale for Prolonged Corticosteroid Treatment in the Acute Respiratory Distress Syndrome Caused by Coronavirus Disease 2019

Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

Profissionais de Saúde

Publicado em 9 maio 2020

Rationale for Prolonged Corticosteroid Treatment in the Acute Respiratory Distress Syndrome Caused by Coronavirus Disease 2019


Título do Estudo


Rationale for Prolonged Corticosteroid Treatment in the Acute Respiratory Distress Syndrome Caused by Coronavirus Disease 2019

 

Fonte


Critical Care Explorations. 2(4):e0111, April 2020.

 

Resumo


A síndrome respiratória aguda grave secundária à infecção por COVID-19 (SARS-CoV2) é uma complicação que pode resultar em semanas de ventilação mecânica e é associada à elevada mortalidade. No mundo, milhares de mortes tem sido relacionadas à falta de ventiladores disponíveis. Medidas terapêuticas no intuito de reduzir o tempo de ventilação mecânica e mortalidade podem causar grande impacto na saúde da população e segurança nacional.

A mortalidade dos pacientes com COVID-19 deve-se à inflamação desregulada (tempestade de citocinas) e por isso o corticoide tem sido investigado como possível medida terapêutica.

Há fortes evidências de que o uso de corticoide em dose leve a moderada é eficaz e seguro na SARS não viral, reduz o tempo de ventilação mecânica e aumenta a sobrevida. Os efeitos colaterais não são expressivos, e efeitos benéficos na sobrevida foram demonstrados. Em tratando-se de pneumonia viral, a preocupação é de que o uso do corticoide possa resultar em redução do clearence viral. Entretanto os estudos disponíveis até o momento apresentam evidências incompletas a este respeito e é improvável que este efeito seja mais maléfico do que os efeitos graves da tempestade de citocinas.

A inflamação e coagulação desreguladas que foram observadas na COVID-19 são semelhantes às outras causas de SARS nas quais há evidências dos benefícios dos corticoides. Além disso, os achados radiológicos e tomográficos são compatíveis com doenças pulmonares inflamatórias responsivas aos corticoides. Um estudo recente mostrou que COVID- 19 tem perfil de elevação de citocinas semelhante ao da histiocitose hematofagocítica secundária, uma condição que responde aos corticoides.

Estudos que não mostraram efeito benéfico do corticoide na SARS-CoV2 contêm muitos vieses e não apresentam suporte baseado em evidências. Em contrapartida, dois grandes estudos (um em H1N1 e outro em SARS) indicam os benefícios do uso do medicamento.

Estudos observacionais em SARS-CoV2 realizados na China e Itália, indicam possível benefício do corticoide. Guias de Recomendações para Tratamento Clínico de COVID-19 formulados por equipes que estão na linha de frente destes países, já incluem o uso deste fármaco.

 

Conclusão


Embora exista ampla divergência de opiniões, não existem evidências científicas até o momento que contraindiquem o uso de corticoide em pneumonias virais. Estudos controlados sobre a SARS-CoV2 estão em andamento e não teremos resultados nos próximos meses. Estudos em SARS não viral comprovaram a sua eficácia e estudos em pneumonia viral por H1N1 mostram possíveis benefícios do medicamento. A tempestade de citocinas resultante da infecção por COVID-19 é o maior fator determinante da mortalidade destes pacientes e o corticoide tem possível papel em abrandar este processo inflamatório e assim reduzir o tempo de permanência em ventilação mecânica e a taxa de mortalidade da doença.

 

Dra Patricia Soares de Jesus

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