Publicado em 27 mar 2021
Severe organising pneumonia following COVID-19
Título do Estudo
Severe organising pneumonia following COVID-19
Fonte
Desenho do Estudo
O estudo trata-se de uma série de três casos com descrição radiológica e achados histopatológicos acompanhados em um centro de terapia intensiva na Alemanha que desenvolveram pneumonia em organização grave secundária ao COVID-19 entre março e maio de 2020.
Nesse período, foram admitidos na UTI 38 pacientes sendo que destes, 24 foram diagnósticados com SRDA (síndrome do desconforto respiratório agudo) moderada a grave, exigindo suporte ventilatório invasivo.
Os casos selecionados para a série são de indivíduos que internaram graves por COVID-19 e necessitaram de suporte ventilatório invasivo e, após uma fase de recuperação, evoluiram com importante deteriorização clínica com redução progressiva da complacência pulmonar e PaO2/FiO2. Todos os casos, foram submetidos a biopsia transbrônquica com achados de pneumonia em organização e boa resposta ao tratamento como corticoide sistemico em doses elevadas (1mg/kg/dia por 4 semanas).
Mensagens do Artigo
Trata-se do primeiro relatório sobre pneumonia em organização secundário ao COVID-19 associado a SRDA, podendo ter implicações na terapeutica da fase tardia da COVID-19 e auxiliando na explicação do porque, pacientes nesta fase de doença, apresentam boa resposta a corticoterapia sistêmica.
A uso de dexametasona (6mg/dia) é recomendado pela OMS nas formas graves de COVID-19 e, com essa medida, pode ocorrer a redução da incidência de pneumonia em organização na SRDA secundária ao COVID-19. Porém, nos casos de piora clínica e radiológica uma avaliação histopatológica adicional pode ter um valor agregado.
Como as alterações parenquimatosas descritas foram relativamente precoce no curso da doença,pode ser que, na fase pós-aguda inicial do COVID-19, uma abordagem inflamatória preventiva seja mais benéfica do que a terapêutica.
Limitações do Estudo
É um estudo unicentrico e com amostra pequena, não permitindo generalização, nem instituição de novas terapias partir dele. Ensaios clínicos intervencionistas prospectivos podem ser uteis para abordar essas questões e na discussão do papel da corticoterapia na evolução e complicações da COVID-19.
Dra. Fernanda Oliveira