Publicado em 10 nov 2018
Simplified diagnostic manegement of suspected pulmonar embolism (the YEARS study): a prospective, multicentre, cohort study
Título do Estudo
Simplified diagnostic manegement of suspected pulmonar embolism (the YEARS study): a prospective, multicentre, cohort study
Fonte
The Lancet 2017 July 15; 390: 289-97.
Desenho do Estudo
Coorte multicêntrico prospectivo realizado em 12 hospitais dos Países Baixos em pacientes com suspeita de embolia pulmonar (EP), no período de outubro de 2013 a julho 2015. Os pacientes foram avaliados simultaneamente pelos critérios do YEARS, da dosagem de D-dímero e pelos critérios de Wells. O algoritmo YEARS consiste na avaliação de três parâmetros clínicos: (1) sinais clínicos de trombose venosa profunda, (2) hemoptise e (3) embolia pulmonar como diagnóstico mais provável. O valor de D-dímero foi avaliado em dois cortes: 1000 ng/mL e 500 ng/mL. Os pacientes sem o critério YEARS e com D-dimero <1000 ng/mL tinham o diagnóstico de EP excluído. Assim como os pacientes com ≥1 critério YEARS e D-dímero <500 ng/mL, tinham o diagnóstico de EP excluído. Todos outros que não se encaixavam nestes dois grupos eram submetidos a angiotomografia pulmonar.
O desfecho primário do estudo foi a presença de eventos de tromboembolismo venoso (TEV) após três meses de EP excluída e o desfecho secundário foi a quantidade de angiotomografia solicitada quando comparada ao uso do critério de Wells.
Foram avaliados 3.616 pacientes com suspeita clínica de EP, sendo 151 (4%) excluídos do estudo.
Mensagens do Artigo
A embolia pulmonar foi excluída pelo algoritmo YEARS em 2.946 (85%), e destes, apenas 18 foram diagnosticados com TEV nos 3 meses de acompanhamento (0,61%, IC95% 0,36-0,96), sendo 6 com EP fatal (0,2%).
A angiotomografia não foi indicada em 1651 (48%) pelo YEARS, contrapondo-se a 1174 (34%) se submetidos ao algoritmo de Wells e valor fixo de D-dímero > 500 ng/mL; sendo esta diferença 14% (IC95% 12-16).
O uso do algoritmo YEARS permitiu excluir embolia pulmonar de forma segura, em pacientes com EP suspeita.
A maior vantagem deste algoritmo foi reduzir em 14% a solicitação de angiotomografia quando comparado ao uso do critério de Wells. Sendo assim, se empregado, haveria uma redução de custos, exposição à radiação e complicações inerentes ao uso do contraste.
Limitações do Estudo
– O estudo não utilizou os critérios de Wells com corte de D-dímero corrigido para idade, e sim um corte fixo de 500 ng/mL.
– O terceiro critério clínico YEARS é “embolia pulmonar como diagnóstico mais provável”, sendo que devemos sempre atentar que os sintomas de EP são muito inespecíficos, caso não haja evidência de trombose venosa profunda.
– O estudo ainda não tem validação externa.
Dra. Joana Acar Silva