Publicado em 10 jun 2023
Symptoms and Systemic Drug Reactions in Persons Receiving Weekly Rifapentine Plus Isoniazid (3HP) Treatment for Latent Tuberculosis Infection
Título do Estudo
Symptoms and Systemic Drug Reactions in Persons Receiving Weekly Rifapentine Plus Isoniazid (3HP) Treatment for Latent Tuberculosis Infection
Autores
Claire Sadowski, Robert Belknap, David P. Holland, Ruth N. Moro, Michael P. Chen, Alicia Wright, Joan Pau Millet, Joan A. Caylà, Nigel A. Scott, Andrey Borisov, and Neel R. Gandhi
Fonte
Clin Infect Dis. 2023 Feb 23:ciad083. doi: 10.1093/cid/ciad083.
Resumo do Artigo
O tratamento da infecção latente por tuberculose (ILTB) é considerado de extrema importância para que as metas da Organização Mundial de Saúde pelo Fim da TB sejam alcançadas. Recentemente, o tratamento semanal com rifapentina + isoniazida (HP) por 3 meses, foi recomendado como alternativa ao esquema padrão com isoniazida diariamente por 9 meses. Apesar de maior adesão, segurança, tolerância e menor risco de hepatotoxicidade, foram reportadas reações como febre, rash cutâneo e síndrome flu-like [para fins deste estudo definidos como reação adversa sistêmica (RAS)]. Neste paper, os autores analisaram os eventos adversos (EA) ao esquema HP de pacientes acompanhados no ensaio clínico iAdhere (2012-2014). Dos 1002 participantes incluídos, 48% eram do sexo feminino e a idade média foi de 36 anos. Apesar da maioria dos participantes relatar manifestações adversas (4842 registros), 84% foram classificadas como leves, ocorreram no primeiro mês, foram autolimitadas, e não prejudicaram a continuidade do tratamento com 80% de finalizações. Os principais sintomas registrados foram: cefaleia (29%), fadiga (23%), náusea (21%), vertigem (14%) e rinorreia (14%). Entre os 11% que apresentaram RAS, cerca de 50% concluíram o tratamento preconizado. Os fatores de risco para estas manifestações, identificados na análise de regressão logística foram sexo feminino, idade ≥ 45 anos, uso concomitante de outras medicações. Os eventos adversos graves foram raros (0,5%).
Conclusão
Apesar de manifestações adversas, o esquema HP é seguro e bem tolerado, contribuindo para as finalizações de tratamento. Outros estudos são necessários para entender o comportamento das RAS.
Limitação
A amostra do estudo foi em sua maioria de participantes brancos e de local com alta prevalência de TB impedindo a generalização dos resultados para outras populações. Mais importante, os EA foram autorrelatados pelos participantes e não permitiram criar nexo temporal nem gravidade da manifestação. Por fim, não se pode afirmar se aqueles que reportaram RAS e tiveram o tratamento suspenso, a causa da suspensão foi a reação adversa ou outro motivo.
Dra. Ana Paula Santos, pneumologista do HUPE-UERJ e IDT-UFRJ